Um estudo apoiado pelo governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolveu um sensor eletroquímico para análise da água e detecção de metais pesados. A iniciativa foi realizada dentro do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil.
O objetivo é oferecer uma ferramenta de monitoramento que ajude na fiscalização ambiental, na proteção das populações ribeirinhas e na formulação de políticas públicas. A pesquisa resultou na produção de compósitos de grafeno e óxido de grafeno, materiais leves e muito finos, com propriedades elétricas e químicas específicas. Eles foram aplicados em sensores eletroquímicos, capazes de identificar substâncias tóxicas em amostras de água.
O estudo destaca que metais como mercúrio, chumbo, cádmio e níquel, mesmo em pequenas concentrações, podem causar problemas neurológicos, renais e respiratórios em humanos, além de afetar animais e o meio ambiente.
Na Amazônia, onde comunidades utilizam a água dos rios para consumo e pesca, a exposição é ainda mais preocupante. Esses contaminantes também comprometem o solo e a biodiversidade aquática, atingindo peixes e outras espécies.
O trabalho foi desenvolvido em etapas. Primeiro, os compósitos foram produzidos e, em seguida, caracterizados com técnicas de microscopia eletrônica, espectroscopia Raman e análises eletroquímicas. Depois, os materiais foram testados como eletrodos, que são peças centrais nos sensores. O grafeno, por sua condutividade elétrica e resistência, foi combinado ao óxido de grafeno, que se dispersa melhor, resultando em um material mais estável e eficiente. Espera-se que o sensor seja usado no acompanhamento da qualidade da água.