PA: PF e Funai investigam ataques a tiros a indígenas

Mandado de busca foi cumprido após disparos na TI Apyterewa

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A Polícia Federal (PF) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) investigam uma série de ataques contra indígenas Parakanã, que acontecem desde o fim de 2024.

Na segunda-feira (26), a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão no distrito de Taboca, no Pará, após denúncias de disparos contra indígenas Parakanã no fim de semana.

O caso aconteceu na Terra Indígena Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu.

Os agentes seguem investigando para identificar os responsáveis pelos ataques.

Os conflitos ocorrem em uma área ao sul do território, onde novas aldeias estão sendo formadas. A suspeita é que os ataques tenham como objetivo ameaçar a permanência dos indígenas na região. A Terra Indígena Apyterewa é de ocupação tradicional do povo Parakanã.

Mesmo após a homologação em 2007, o local sofreu com invasões, desmatamento e ocupações irregulares.

Neste ano, o governo federal realizou uma operação para retirar os ocupantes não indígenas da área. A ação atendeu a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

Também participaram Funai, Força Nacional, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Advocacia-Geral da União (AGU), Casa Civil e os ministérios da Justiça e dos Povos Indígenas.

A desocupação terminou em março, com a assinatura da Certidão de Conclusão de Desintrusão, durante cerimônia na Aldeia Mãe da Apyterewa.

O documento foi entregue à comunidade indígena.

Após a retirada dos invasores, a Justiça Federal determinou multa de R$ 50 mil a quem tentar voltar ao território e R$ 5 mil por dia para quem apoiar novas invasões.

A desintrusão trouxe impactos ambientais positivos. Dados do Centro de Monitoramento Remoto da Funai mostram que o desmatamento caiu 97% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

Também em 2023, foram 357 hectares desmatados entre janeiro e junho. Em 2024, a área caiu para 11 hectares

A queda, segundo a Funai, está ligada à presença contínua do poder público na região.

Antes da ação, a TI Apyterewa era considerada a mais desmatada da Amazônia Legal.