O governo do Amazonas exonerou secretários e comandantes da Polícia Militar após a divulgação de um vídeo em que membros do governo aparecem em uma reunião suspeita de planejar ações para favorecer a candidatura de Brena Dianná, do União Brasil, à prefeitura de Parintins (AM). A medida foi adotada em resposta a uma recomendação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), que iniciou uma investigação sobre o caso.
O vídeo, gravado em agosto, mostra secretários discutindo supostas ações que poderiam influenciar o resultado das eleições municipais. Em despacho publicado no Diário Oficial, o MPAM abriu um inquérito civil para apurar possíveis crimes de improbidade administrativa e interferência na segurança pública.
Entre os exonerados estão Fabrício Rogério Cyrino Barbosa, secretário de Estado de Administração; Marcos Apolo Muniz de Araújo, secretário de Cultura e Economia Criativa; e Armando Silva do Valle, diretor da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).
Além disso, o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, ambos da Polícia Militar, foram afastados de seus cargos.
Em nota, o governo estadual afirmou que a decisão de exoneração busca garantir a imparcialidade das investigações e permitir que os envolvidos possam se defender de forma justa. Caso a inocência dos exonerados seja comprovada, eles poderão retornar às suas funções.
A Justiça Eleitoral de Parintins também determinou, no início da semana, a suspensão da entrega de cestas básicas feitas pelo governo na cidade, medida tomada após uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral apresentada pela coligação "Parintins em Primeiro Lugar", do candidato Mateus Assayag (PSD).
A juíza Juliana Mousinho, responsável pela decisão, apontou que a distribuição dos itens poderia configurar abuso de poder político. A magistrada também afastou o comandante da PM em Parintins, tenente-coronel Francisco Magno Judss, e determinou o retorno de policiais militares e civis enviados recentemente à cidade para reforçar a segurança. Segundo a decisão, as Forças Armadas ficarão encarregadas da guarda das urnas nas eleições municipais. O MPAM e a PF seguem apurando o caso.