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Lula anuncia medidas contra seca na Amazônia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na tarde desta terça-feira (10) de uma cerimônia para anunciar medidas emergenciais no combate à seca na Amazônia. O evento, realizado na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), contou com a presença de prefeitos dos municípios amazonenses.

Dos 62 municípios do estado do Amazonas, 61 foram oficialmente reconhecidos em situação de emergência devido à severa estiagem que afeta a região. O reconhecimento permite a liberação acelerada de recursos federais e apoio às ações emergenciais. No início do dia, o presidente Lula visitou as comunidades de Manaquiri e Tefé para avaliar de perto os impactos da seca.

Durante a cerimônia, foram anunciados editais para quatro projetos de dragagem nos rios Amazonas e Solimões, com um investimento total de R$ 500 milhões ao longo dos próximos cinco anos. O objetivo é garantir a navegabilidade dos rios e facilitar o escoamento de insumos, crucial para mitigar os efeitos da seca mais grave que a região enfrenta em 45 anos.

Os trechos que receberão dragagem e sinalização náutica incluem Manaus-Itacoatiara, Coari-Codajás, Benjamin Constant-Tabatinga e Benjamin Constant-São Paulo de Olivença. A dragagem visa remover sedimentos acumulados que obstruem os canais de navegação, restaurando a profundidade mínima necessária para a segurança das embarcações.

A seca severa, que tem gerado condições climáticas extremas, também tem contribuído para um aumento nos incêndios florestais na Amazônia. Já são 330 mil pessoas afetadas pela situação de emergência nos municípios da Amazônia Legal. A formação de praias e a exposição de pedrais devido à baixa profundidade dos rios reforçam a necessidade urgente de dragagem. As obras serão realizadas em locais específicos conhecidos como "passos críticos", onde o sedimento se acumula. O sedimento removido será redistribuído fora do canal de navegação, conforme as normas de licenciamento ambiental.

A crise de incêndios também é uma preocupação significativa, com 20 municípios concentrando 85% dos focos de calor na Amazônia. Entre janeiro e setembro de 2024, foram queimados 6.718.025 hectares, representando 1,6% do bioma.