Dados da plataforma Purple Air indicam que a qualidade do ar no Acre é preocupante, com índices de poluição em várias cidades excedendo os níveis aceitáveis. Até as 8h deste domingo (4), Brasiléia registrava 2040 µg/m³, muito acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica índices acima de 250 µg/m³ como alerta de emergência em saúde.
O índice de poluição na cidade se mantém alto desde 1º de agosto. Em Rio Branco, os índices variam entre 28 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) e 10 µg/m³, com os dados mais elevados registrados no campus da Universidade Federal do Acre. Esses níveis ainda representam riscos para grupos vulneráveis quando a exposição ultrapassa 24 horas.
Outras cidades do Acre também enfrentam problemas de poluição, como Santa Rosa do Purus (18 µg/m³), Xapuri (16 µg/m³) e Assis Brasil (14 µg/m³), que apresentam poluição acima do desejável. Em contraste, Tarauacá e Bujari mostram índices mais baixos, com 6 µg/m³ e 0 µg/m³, respectivamente.
O aumento significativo dos focos de queimadas, que subiu quase 200% em relação ao ano passado, contribui para essa deterioração da qualidade do ar. Em julho de 2023, o Acre registrou 544 focos de queimadas, o maior número em oito anos, com um aumento de 156% comparado ao mesmo mês de 2022. Esta situação, agravada pela seca prolongada, tem impactado a saúde da população, especialmente crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes, levando a um aumento na demanda por atendimento médico relacionado à poluição e aos efeitos das queimadas.
A qualidade do ar no estado reflete uma crise ambiental em curso, com consequências significativas para a saúde pública.