Alunos do Amazonas criam teclado inclusivo em escola
Projeto criado no ensino médio venceu feira de matemática
Os alunos da Escola Estadual Deputado Josué Cláudio de Souza, em Coroado (AM), desenvolveram um teclado musical adaptado para estudantes com deficiência visual, auditiva e intelectual. O projeto que deu origem ao aparelho foi coordenado por dois professores.
A professora de Matemática Vanise Rodrigues e o professor de Artes Jhonata Monteiro uniram forças para desenvolver o projeto "Matemática, Artes e Conectividade: interdisciplinaridade e ensino na construção de um teclado musical sustentável e inclusivo". Os alunos do terceiro ano do ensino médio ingressaram na proposta dos educadores, e o grupo iniciou o trabalho no "Espaço Maker" da escola. Com o uso de materiais reciclados, eles criaram um teclado musical adaptado, projetado especialmente para colegas com deficiências visuais, auditivas e intelectuais.
A essência do teclado está na engenhosidade e originalidade de sua construção. As placas de metal emitem vibrações que são captadas por uma luva especial e traduzidas através de luzes coloridas. Essa abordagem não apenas vai permitir aos estudantes identificar notas musicais, mas também deve propiciar uma experiência com estímulos tátil e visual. Além disso, as partituras foram adaptadas em braille para alunos com deficiência visual e em libras para os surdos.
O professor Jhonata Monteiro compartilhou que o projeto nasceu da necessidade de integrar a música ao currículo acadêmico. Com uma abordagem colaborativa, diversos professores uniram suas habilidades e conhecimentos para tornar o projeto uma realidade. Com isso, materiais recicláveis foram combinados com conceitos de matemática.
Desde a concepção e programação até a coleta de materiais reutilizáveis, os estudantes trabalharam juntos em um ambiente de aprendizado colaborativo. Alessandro Lion, um ex-aluno que participou do projeto quando ainda estudava na unidade, destacou a importância da inclusão e do impacto ambiental positivo da iniciativa. "Se você jogar algo fora, não percebe que pode ser importante", disse o ex-aluno.
O projeto acumula elogios e foi o grande vencedor da "3ª Feira Amazonense de Matemática", na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Mesmo assim, para a professora Vanise Rodrigues, ainda há trabalho a se fazer. O próximo passo é compartilhar o conhecimento com os novos alunos da escola e transformar o projeto em um artigo científico.
