O programa Nova Indústria Brasil (NIB) foi tema de uma audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR), no Senado Federal. Segundo os participantes do debate, a iniciativa tem como um dos objetivos fortalecer as cadeias produtivas da Região Norte.
A audiência pública foi proposta pelos senadores Beto Faro (PT-PA) e Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da CDR. Segundo Faro, o NIB deve garantir a descentralização regional do desenvolvimento industrial, especialmente na Região Amazônica, que carece de políticas estruturantes para o desenvolvimento e melhoria das condições de vida dos mais de 30 milhões de habitantes.
Adriana Melo Alves, secretária de Políticas de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, destacou três áreas-chave da NIB que podem contribuir para o desenvolvimento da Amazônia: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais, complexo econômico e industrial da saúde, e bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energética.
"É por isso que vamos lançar já no próximo mês o programa Desenvolve Amazônia, que é uma carteira de ações destinada a superar déficits infraestruturais da Amazônia Legal" disse a secretária.
A subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda Cristina Reis enfatizou a importância da inovação para a soberania tecnológica do país e defendeu a necessidade de estimular processos de industrialização na região Norte, sobretudo, da bioeconomia.
"As cadeias produtivas da bioeconomia no Norte do país apresentam um potencial enorme para combater o desmatamento, para o uso sustentável do solo e para a conservação da nossa biodiversidade, ao mesmo tempo em que geram renda e emprego para essas populações locais. Já há exemplos mais consolidados, como açaí, cacau e dendê. Mas há uma série de outras culturas da bioeconomia que podemos incentivar", afirmou.
Lançado em janeiro pelo Poder Executivo, o NIB visa impulsionar o desenvolvimento industrial do Brasil até 2033, por meio da liberação de R$ 300 bilhões para o financiamento da política industrial até 2026. O programa foca em empreendimentos sustentáveis e inovadores.
