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Alunos do Amazonas criam teclado inclusivo em escola

Alunos utilizaram recursos da escola e materiais reciclados na produção do teclado | Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar

Os alunos da Escola Estadual Deputado Josué Cláudio de Souza, em Coroado (AM), desenvolveram um teclado musical adaptado para estudantes com deficiência visual, auditiva e intelectual. O projeto que deu origem ao aparelho foi coordenado por dois professores.

A professora de Matemática Vanise Rodrigues e o professor de Artes Jhonata Monteiro uniram forças para desenvolver o projeto "Matemática, Artes e Conectividade: interdisciplinaridade e ensino na construção de um teclado musical sustentável e inclusivo". Os alunos do terceiro ano do ensino médio ingressaram na proposta dos educadores, e o grupo iniciou o trabalho no "Espaço Maker" da escola. Com o uso de materiais reciclados, eles criaram um teclado musical adaptado, projetado especialmente para colegas com deficiências visuais, auditivas e intelectuais.

A essência do teclado está na engenhosidade e originalidade de sua construção. As placas de metal emitem vibrações que são captadas por uma luva especial e traduzidas através de luzes coloridas. Essa abordagem não apenas vai permitir aos estudantes identificar notas musicais, mas também deve propiciar uma experiência com estímulos tátil e visual. Além disso, as partituras foram adaptadas em braille para alunos com deficiência visual e em libras para os surdos.

O professor Jhonata Monteiro compartilhou que o projeto nasceu da necessidade de integrar a música ao currículo acadêmico. Com uma abordagem colaborativa, diversos professores uniram suas habilidades e conhecimentos para tornar o projeto uma realidade. Com isso, materiais recicláveis foram combinados com conceitos de matemática.

Desde a concepção e programação até a coleta de materiais reutilizáveis, os estudantes trabalharam juntos em um ambiente de aprendizado colaborativo. Alessandro Lion, um ex-aluno que participou do projeto quando ainda estudava na unidade, destacou a importância da inclusão e do impacto ambiental positivo da iniciativa. "Se você jogar algo fora, não percebe que pode ser importante", disse o ex-aluno.

O projeto acumula elogios e foi o grande vencedor da "3ª Feira Amazonense de Matemática", na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Mesmo assim, para a professora Vanise Rodrigues, ainda há trabalho a se fazer. O próximo passo é compartilhar o conhecimento com os novos alunos da escola e transformar o projeto em um artigo científico.

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