Comitiva do Reino Unido visita produtores no Pará

Empreendimento converte frutas em produtos cosméticos

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Comitiva conheceu iniciativas de valorização da floresta em dois municípios

Uma comitiva do Reino Unido visitou o Pará para conhecer os produtores locais e o trabalho desenvolvido em cooperativas que têm como um dos princípios a valorização da biodiversidade. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) recebeu o secretário-geral para o Desenvolvimento no Departamento de Relações Exteriores do Reino Unido, Nick Dyer, e a vice-embaixadora Melanie Hopkins. O grupo conheceu parte dos empreendimentos localizados nos municípios de Abaetetuba, no nordeste do Estado, e Benevides, na Região Metropolitana de Belém (PA).

Em Abaetetuba, a comitiva teve a oportunidade de conhecer a Cofruta (Cooperativa de Fruticultores). No local, os extrativistas trabalham com as polpas de frutas, como acerola, cajá e açaí, além de sementes secas e fermentadas de cupuaçu. A Cofruta possui 131 sócios que tomam o cuidado de realizar o replantio das espécies frutíferas, assim como a recuperação de áreas degradadas.

A Cofruta possui certificações internacionais ecológicas, como a cedida pelo Instituto de Mercado Ecológico (IMO), da Suíça, em reconhecimento ao açaí que é recolhido da natureza sem causar danos ambientais. Ao todo, o empreendimento processa cerca de 800 quilos de frutas por dia. Segundo o presidente da Cofruta, Ivanildo Quaresma, uma parte da produção é direcionada a uma empresa de cosméticos instalada em Benevides.

"A gente organiza os nossos cooperados para fazer a coleta das frutas que serão usadas para a produção dos cosméticos. Com o tempo, eu aprendi que a floresta em pé vale mais do que derrubar uma árvore. Quando a gente começou a comercializar as sementes, trabalhava só com açaí, e eu fui começando a coletar outras sementes, andiroba, murumuru, e alguns frutos também. A gente começou a perceber que vale mais a pena vender as sementes do que vender a árvore", explicou o dirigente da empresa. Para o secretário-geral Nick Dyer, a relação dos produtores com a florestas e a transformação em um produto, sem gerar dano ambiental, representam uma tendência benéfica para o futuro. "Esse é realmente o futuro; a preservação da nossa biodiversidade. Ficamos felizes em conhecer uma iniciativa que envolve as comunidades, as famílias, e agrega valor à floresta local, fazendo dinheiro com isso", frisou.