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Após cheia, Acre registra casos de leptospirose

Doença pode levar à morte e ocorre tanto em áreas urbanas como rurais do estado | Foto: Odair Leal/ Sesacre

O governo do Acre demonstrou preocupação com a tendência de aumento dos casos de leptospirose, em decorrência das chuvas que atingiram o estado no início deste ano e que causaram a cheia do Rio Acre e dos igarapés da região. Devido a isso, a gestão alertou os moradores sobre os cuidados para evitar a infecção.

A leptospirose é causada pela bactéria leptospira, por meio da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. Com as chuvas, os dejetos com o microorganismo podem se misturar com a água de valetas, lagoas, lamas e até mesmo nos locais com formação de enchentes.

A doença pode levar à morte e ocorre tanto em áreas urbanas como rurais. Júlia Galdino, médica veterinária da área técnica do núcleo de zoonoses da Leptospirose da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou o número de pessoas que foram contaminadas até agora no estado.

"De janeiro até esta semana, nós confirmamos ao todo 14 casos de leptospirose no Acre, sendo três em Rio Branco, três em Senador Guiomard, seis em Cruzeiro do Sul e um em Brasileia. Outros 304 estão em investigação em seis municípios que, inclusive, foram afetados pelas cheias", destacou Galdino.

As autoridades locais recomendam evitar o contato com a água ou barro de enchentes, como medida de prevenção. Caso tenha ocorrido o contato, é indicado lavar a área atingida com água e sabão. Para as pessoas que trabalham com a limpeza de lama, entulhos e com o desentupimento de canais de drenagem, a recomendação é utilizar equipamentos de proteção, como botas e luvas de borracha.

Após a limpeza, é indicado o uso de hipoclorito de sódio (água sanitária). O produto mata as leptospiras e deve ser utilizado para desinfetar reservatórios (1 litro de água sanitária para cada mil litros de água) e locais e objetos que tiveram contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Importante lembrar que, durante os processos de limpeza e de desinfecção de locais onde houve inundação, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água.

Os sintomas mais comuns da leptospirose são, inicialmente, um quadro semelhante a uma virose, com febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, além de dor nas panturrilhas (batata das pernas) e, posteriormente icterícia (pele amarelada). Os dois últimos são os mais distintos para identificar a doença.

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