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Rondônia capacita artesãs e promove conscientização

Dona Maria participou de cursos de gastronomia e biojoias oferecidos pela iniciativa | Foto: Governo de Rondônia

A amazonense Maria da Silva Lima, de 72 anos, é uma das produtoras de biojoias de Porto Velho (RO). O estado tem investido em um programa que, além de estimular o artesanato local - com a produção de biojoias - , também promove inclusão e desenvolvimentos sociais significativos. A iniciativa existe há 30 anos e busca incentivar e promover o trabalho de pessoas diagnosticadas com hanseníase, através de cursos de capacitação, além de divulgação em eventos e exposições. Sete anos antes do programa ser fundado, dona Maria, como é conhecida, descobriu a doença e resolveu se mudar para a capital de Rondônia, para fugir do preconceito.

O projeto, criado em 1994, tem coordenação da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) e da Organização Não Governamental (ONG) NHR Brasil. Além dos incentivos para a atividade artesanal, os beneficiados recebem assistência médica. Dona Maria destacou o cuidado médico recebido na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), onde participou de cursos de gastronomia e biojoias. A POC também promove um trabalho de conscientização para que as pessoas não alimentem preconceitos com relação à hanseníase.

"Agradeço a Deus e aos profissionais que aceitam trabalhar nesta área, porque muitos fogem do contato", expressou dona Maria, enfatizando a necessidade de profissionais que forneçam tratamento, compreensão e apoio.

Segundo a coordenadora estadual de combate à hanseníase, Carmelita Ribeiro Filha, o objetivo do governo do estado é alcançar uma taxa zero de transmissão, além de eliminar completamente o estigma da doença. A iniciativa da produção de biojoias não fornece apenas um trabalho, mas também funciona como uma terapia transformadora.

"Eu gosto muito de artesanato, bordo, faço trabalho com fitas e manuais. Eu gostei muito do curso e continuei a produzir. Viajei para fazer coleta de matéria-prima no município de Monte Negro. No começo, eu achava difícil, mas depois passei a amar o trabalho. É como uma terapia", contou dona Maria.

Após realizar o curso, dona Maria conheceu o tão sonhado mar, viajou para expor em Pernambuco e vendeu tudo em três dias. "Antes, o preconceito me afastava das pessoas".

A produção é divulgada em exposições e eventos, como o desfile de moda "Art's Biohans", que busca valorizar habilidades criativas do estado, sobretudo, das artesãs do projeto.

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