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Governo faz balanço da operação Yanomami

PF realiza operação contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami | Foto: Crédito: Fernando Frazão

Até o dia 22 de janeiro, o Governo Federal já havia destruído duas aeronaves, 78 motores, cinco motobombas e 2,5 mil litros de combustível em acampamentos ilegais de garimpo. As operações são conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Os agentes também recolheram armas de fogo, munições, coletes balísticos e rádios comunicadores.

As operações começaram já no início do ano, depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinar medidas urgentes de combate ao garimpo ilegal no terriório Yanomami. No dia 10 de janeiro, uma comitiva ministerial - com os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) - foi até Roraima. Um ano antes, o governo federal já havia decretado emergência em saúde pública na Terra Indígena Yanomami.

No ano passado, a Operação Libertação destruiu 39 aeronaves, 550 motores, 88 balsas, 52 barcos, 82 motores de popa e 5 mil metros de mangueira. Além disso, foram bloqueados ou apreendidos mais de R$ 589 milhões. Com o retorno das diligências, o governo espera evitar o retorno dos garimpeiros, ao inutilizar as ferramentas usadas na atividade ilegal.

Em 2023, o Ibama identificou 173 infrações, que totalizaram R$ 60,3 milhões em multas, além de mais 238 termos de apreensão, com valores estimados em R$ 94 milhões. Representantes do Governo Federal, junto ao Ministério Público Federal (MPF), criaram um novo cronograma de ações contra a atividade ilegal.

Segundo o MPF, mesmo com os esforços em 2023, os garimpeiros retornaram ao território indígena, a partir do segundo semestre do ano passado, principalmente em áreas que haviam sido desmatadas. De acordo com um relatório do Ministério da Defesa, as áreas atingidas pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami reduziram em 78,51% até o dia 12 de setembro de 2023.

Além dos crimes ambientais, MPF colheu testemunhos de aliciamento, prostituição, incentivo ao consumo de drogas e estupro de indígenas pelos garimpeiros.

Segundo o levantamento do Ministério da Saúde, ao menos 308 indígenas morreram na Terra Yanomami.