Pernambuco planeja crescimento com ferrovia

Evento reuniu especialistas e gestores para debater impactos

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O evento de encerramento da série Conexões Transnordestina, realizado no Complexo Industrial Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho (PE), reuniu especialistas, gestores federais, acadêmicos e representantes do governo de Pernambuco para discutir os impactos econômicos e logísticos da ferrovia, considerada estratégica para a competitividade da região na próxima década.

A programação encerrou seis agendas voltadas a analisar as sinergias entre a ferrovia e os principais arranjos produtivos do estado.

Francisco Alexandre, superintendente da Sudene, destacou que a Transnordestina é fundamental para reposicionar Pernambuco no cenário nacional. "Os benefícios vão além da logística e incluem reorganização territorial, geração de emprego e renda e integração econômica regional. A discussão não é apenas de engenharia, mas de impacto econômico e político para o estado e o Nordeste", afirmou. Ele ressaltou a necessidade de acelerar o projeto e manter união entre os atores envolvidos.

O evento, realizado em parceria com o Movimento Econômico, apresentou atualizações do avanço físico da ferrovia e confirmou novos investimentos.

O governo federal retomou a construção de 73 km de linha férrea entre Custódia, Sertânia, Buíque e Arcoverde, com aporte de R$ 415 milhões, estimando gerar cerca de seis mil empregos. O Ministério dos Transportes prevê lançar, em 2026, editais para ampliar outros trechos, somando até 230 km adicionais e investimentos entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão por meio do PAC. Atualmente, Pernambuco já possui 179 km concluídos, equivalentes a 38% do total planejado.

André Ludolfo, diretor de Empreendimentos da Infra S.A., afirmou que ajustes técnicos podem ser incorporados ao projeto, desde que sustentados por estudos consistentes.

"Nosso compromisso é colocar a ferrovia de pé, respeitando os aspectos socioambientais e atendendo às necessidades do estado", disse.

Os professores Maurício Pina (UFPE) e Guilherme Magalhães (UPE) reforçaram os ganhos potenciais de produtividade para o interior e para o Porto de Suape.

Pina apresentou análises sobre bitolas e aperfeiçoamento de traçado.