A construção do ramal pernambucano da ferrovia Transnordestina, interligando Salgueiro ao Porto de Suape, representa um passo estratégico para o desenvolvimento do Nordeste.
Mais do que uma integração logística, a ferrovia tem potencial para transformar a economia da Região, atraindo investimentos, reduzindo custos logísticos e ampliando a competitividade de setores produtivos locais. A avaliação é do superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, apresentada durante o seminário Conexões Transnordestina, realizado no Agreste pernambucano.
O superintendente Francisco Alexandre reafirmou o compromisso do Governo Federal com a execução do trecho pernambucano da ferrovia.
Em seu traçado, percorrendo diversas microrregiões do estado, o ramal tem potencial de beneficiar diretamente importantes polos industriais e agropecuários, como o Grupo Moura, referência nacional na produção de baterias automotivas.
"A ferrovia poderá otimizar o escoamento da produção e facilitar a logística de insumos e mercadorias, criando um novo horizonte para a expansão industrial", disse durante o evento, realizado numa parceria da Sudene com o portal Movimento Econômico.
O diretor de Metalurgia, Compras e Sustentabilidade do Grupo Moura, Flávio Bruno, em sua apresentação, falou sobre os investimentos da empresa nos últimos anos. "Nós nos dividimos em manufatura e distribuição e, a partir dessa estratégia, estamos em 60% dos carros do Brasil. E 15% do que compramos para produzir as baterias vêm da Ásia", destacou citando a importância da estrutura logística do País para crescer.
Outro setor diretamente beneficiado será a avicultura, atividade que movimenta a economia de diversos municípios do agreste. De acordo com a Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), o estado conta com cerca de duas mil granjas, produzindo diariamente 14 milhões de ovos e, mensalmente, 14 milhões de frangos.
A cadeia produtiva gera 180 mil empregos diretos e indiretos. "A chegada da ferrovia poderá reduzir custos no transporte de milho e soja — insumos essenciais para o setor", disse o vice-presidente da Avipe, Edival Veras.