Creme natural antiacne de tomate é criado na Bahia
Produto antioxidante ajuda a controlar oleosidade da pele
Um creme antiacne à base de tomate-cereja, desenvolvido por estudantes da rede estadual da Bahia, pode se tornar uma alternativa natural no tratamento da acne — problema dermatológico que atinge mais da metade da população brasileira. A iniciativa partiu de uma experiência pessoal da aluna Valéria Pereira, do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho - Tempo Integral, localizado em Guanambi, no sudoeste baiano. Ao lado da colega Eduarda Diamantino e com orientação da professora Elizangela Souza, Valéria transformou o uso cotidiano do tomate como esfoliante em um projeto científico promissor.A acne, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é uma inflamação provocada pela obstrução dos folículos pilosos por sebo e células mortas, atingindo cerca de 56% dos brasileiros. Foi ao lidar com o incômodo das espinhas que Valéria compartilhou em sala de aula seu uso rotineiro do tomate-cereja para limpar a pele. O relato inspirou a professora Elizangela e as estudantes a pesquisarem a fundo as propriedades do fruto."O licopeno do tomate é um carotenoide antioxidante que atua na proteção da pele, prevenindo o envelhecimento precoce e reduzindo rugas, manchas e melasma. No creme, usamos também glicerina, que hidrata, devolve o viço e ajuda a restaurar a pele", explica a orientadora do projeto. O creme desenvolvido tem como base o tomate-cereja combinado com um hidratante umectante, garantindo ação antioxidante e efeito restaurador.Com o apoio da Secretaria da Educação do Estado (SEC), a equipe responsável pelo desenvolvimento do creme antiacne à base de tomate-cereja concluiu a fase de testes do produto. A aplicação foi realizada ao longo de um mês com seis voluntários, incluindo as próprias estudantes criadoras do projeto. De acordo com a professora e orientadora Elizangela Souza, os resultados observados foram positivos, com destaque para a redução da oleosidade e o controle das lesões de acne na pele dos participantes.
A iniciativa integra o projeto "Bahia Faz Ciência", promovido pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que desde 2019 divulga semanalmente ações científicas desenvolvidas na Bahia com foco em temas como saúde, educação e inovação, destacando o trabalho de pesquisadores locais e sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida.