Dia do Nordestino vai virar lei após volta do recesso
Projeto de Angelo Coronel estabelece 8 de outubro como data
Quando voltar do recesso, a Câmara dos Deputados irá se debrucar sobre o Projeto de Lei (PL) 2755/2022, que institui o Dia Nacional da Nordestina e do Nordestino.
A data, a ser celebrada anualmente em 8 de outubro, homenageia os mais de 58 milhões de pessoas nascidas ou que adotaram como lar um dos nove estados da região Nordeste. A proposta, de autoria do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), foi aprovada no Senado em caráter terminativo pela Comissão de Educação e Cultura e seguiu para análise dos deputados.
A escolha da data não é aleatória. Desde 2009, o dia 8 de outubro já era celebrado como o Dia do Nordestino na cidade de São Paulo, em reconhecimento à contribuição cultural, social e econômica dos nascidos na região para a capital paulista e o país.
Em 2017, uma lei municipal alterou a data para 2 de agosto, dia da morte de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. No entanto, o dia 8 de outubro continuou sendo marcado por celebrações espontâneas em todo o país, incluindo eventos promovidos por clubes de futebol e pela imprensa.
Resistência
Durante a discussão do projeto, o senador Ângelo Coronel destacou a importância de reconhecer a força e a resiliência do povo nordestino, que, mesmo enfrentando preconceitos, contribuiu significativamente para o desenvolvimento econômico e cultural do Brasil. Ele lembrou que muitos nordestinos migraram para outras regiões do país, levando consigo não apenas sua força de trabalho, mas também sua rica cultura, que se espalhou e se enraizou em diversas partes do Brasil.
A relatora da matéria, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), enfatizou em seu parecer a relevância histórica e cultural dos nordestinos na formação do país. O texto foi lido pelo senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), que ressaltou o papel dos nordestinos em momentos decisivos da história brasileira, como a expulsão de holandeses e franceses, a luta pela independência.
"Os nordestinos e nordestinas que expulsaram os holandeses e franceses; que pegaram em armas por nossa independência; que tantas vezes clamaram por liberdade e justiça para o nosso povo, por vezes tributando a própria vidas".