As adoções de crianças e adolescentes no Rio Grande do Norte registraram um leve crescimento em 2024, com 51 casos até setembro, superando as 50 adoções registradas no mesmo período de 2023. Os dados são da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do RN (CEIJ/TJRN).
Em 2023, a média mensal de adoções entre janeiro e setembro foi de 5,55, enquanto, em 2024, esse número subiu para 5,66, um pequeno aumento que reflete um movimento contínuo de adoções ao longo do ano.
Atualmente, 48 crianças e adolescentes aguardam adoção no estado, enquanto 521 pretendentes estão habilitados para adotar. Contudo, a maioria desses pretendentes, 334, busca crianças com até 4 anos de idade, o que reflete uma dificuldade no processo de adoção, já que o perfil das crianças disponíveis nem sempre corresponde às expectativas dos candidatos.
Segundo a Justiça, o perfil das crianças adotadas neste ano reflete uma diversidade racial e etária. Entre os 51 menores adotados, 30 eram pardos, 13 brancos e oito pretos. No que diz respeito à faixa etária, a maioria, 24 crianças, tinha entre 0 e 3 anos. Por outro lado, apenas seis adoções envolveram crianças com idades entre 9 e 12 anos, e apenas uma criança com deficiência foi adotada em 2024.
Para o juiz coordenador da Infância e Juventude, José Dantas de Paiva, a preferência por perfis mais jovens e a resistência em relação a grupos como adolescentes e crianças com necessidades especiais são desafios a serem superados. Ele destaca o papel fundamental das campanhas de conscientização para mudar essa realidade.
"Nossa missão, enquanto coordenadoria, é continuar promovendo campanhas de conscientização e desmistificação do processo de adoção, mostrando que o afeto e o vínculo familiar podem se construir de diferentes formas", afirmou o magistrado. Ferramentas como a Busca Ativa, implementada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), têm sido essenciais para conectar crianças e adolescentes com maior dificuldade de serem adotados a famílias habilitadas. "A Busca Ativa tem sido instrumento fundamental para conectar crianças e adolescentes que, por diversos fatores, têm mais dificuldade em serem adotados, com famílias habilitadas.