Por:

Escola índígena realiza exposição sobre o povo Xokó

Anualmente, o povo Xokó recebe estudantes interessados em conhecer a etnia | Foto: Gov-SE

No Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro, localizado na Ilha de São Pedro, Porto da Folha, Sergipe, o Dia dos Povos Indígenas foi marcado por uma exposição anual que destaca a história e a cultura do povo Xokó. A celebração, realizada em 19 de abril, recebe estudantes de várias regiões do estado interessados em aprender sobre essa etnia.

A coordenadora pedagógica indígena, Daniely Silva dos Santos Lima, explica que a data foi estabelecida não só para celebrar a diversidade de culturas dos povos indígenas brasileiros, mas também para promover reflexões sobre a importância desses povos em território nacional.

"O Dia dos Povos Indígenas é importante para nós porque traz um momento de reflexão e de luta dos povos originários. Neste ano, também estamos comemorando 20 anos do Acampamento Terra Livre (ATL), e queremos enfatizar a importância da demarcação de terras indígenas, bem como a relevância da permanência dos povos da terra para a proteção e preservação do meio ambiente. Além disso, utilizamos essa data para reafirmar nossa luta pela implementação de políticas públicas que garantam os direitos dos povos originários", destaca.

A exposição, resultado de projetos desenvolvidos em sala de aula, apresenta diversos aspectos da cultura Xokó, incluindo a arte da cerâmica, o uso de plantas medicinais, o artesanato tradicional e a galeria de lideranças. Os visitantes têm a oportunidade de aprender sobre a história e os costumes desse povo, enriquecendo sua compreensão sobre a diversidade cultural brasileira.

A aluna indígena Lívia Nogueira, 14 anos, fez questão de pintar o seu corpo para receber os convidados não-indígenas. Ela explica que a pintura corporal faz parte da sua identidade. "Cada povo tem o seu grafismo, que representa a sua identidade. Por isso pintamos nossos corpos, para expressar nossa cultura, nossa força, nossa história... Para sermos quem realmente somos: Xokó", frisa.

Para Gustavo Maciel Acácio Lima, 14, receber os alunos não-indígenas é um momento importante. "As pessoas não sabem como a gente vive. Por isso, as visitas são importantes. Quando a gente recebe os alunos de outras escolas, damos a eles a oportunidade de nos conhecerem da forma como queremos ser vistos e nos respeitarem", conclui.

O Dia dos Povos Indígenas, estabelecido em 1943 como Dia do Índio e modificado em 2022 para Dia dos Povos Indígenas, é uma data para celebrar e reconhecer a importância dos povos originários na construção da identidade nacional.