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Padre deixa hospital e passa para prisão

O padre Egídio de Carvalho, sob investigação por suposto envolvimento em um esquema de desvio de recursos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, teve alta de um hospital particular na última quinta-feira (18). Sua internação teve início no sábado (13), após queixas de fortes dores abdominais, o que resultou em uma cirurgia de apendicectomia. Após dias na UTI e em recuperação no hospital, o padre agora aguarda o desenrolar do processo em prisão domiciliar.

O juiz José Guedes Cavalcanti, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, tomou a decisão de converter a prisão preventiva de Padre Egídio em domiciliar, impondo uma série de medidas cautelares. Entre elas estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de deixar sua residência sem autorização judicial, a obrigação de manter seu endereço atualizado e restrições severas de comunicação, permitindo contato apenas com advogados e familiares residentes no mesmo imóvel, salvo em casos de urgência comunicados à justiça em até 48 horas.

Além disso, foi proibido frequentar estabelecimentos ligados à Ação Social Arquidiocesana (ASA) e ao Instituto São José, bem como manter contato com colaboradores dessas instituições e as ex-diretoras acusadas.

As acusações contra o padre surgiram de uma investigação conduzida pelo Gaeco do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que o aponta como líder de uma organização criminosa responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé.

O dinheiro, segundo a investigação, foi utilizado para a compra de imóveis de luxo, veículos, presentes, reformas, obras de arte, eletrodomésticos e vinhos. As audiências de instrução referentes ao processo estão marcadas para o dia 27 de maio.