Um personal trainer de 23 anos denunciou uma abordagem policial considerada constrangedora durante uma partida de futebol entre Confiança e Sergipe, no Estádio Lourival Batista, em Aracaju, no último sábado (13). A ação ocorreu após um erro de reconhecimento facial por câmeras de segurança.
Segundo relatos do advogado do personal, João Gabriel Lima, a condução do torcedor pela polícia foi questionável. "Eu não critico o uso da tecnologia, mas a forma como ela é utilizada". O momento da abordagem, ocorrida no intervalo do jogo, foi descrito como traumático, especialmente para o irmão do personal, de apenas 16 anos, que o acompanhava.
Houve alegações de truculência durante a abordagem. "No momento em que as mãos estavam sendo seguradas, apertaram bastante seu punho durante o trajeto. Da mesma forma, no momento da revista pessoal, o famoso 'baculejo', além de agirem a todo momento de forma ríspida, ao sentirem a chave do carro dele em seu bolso, puxaram com força", destacou o advogado.
A Polícia Militar afirmou que o homem foi liberado após ser comprovado que ele não era a pessoa procurada. "O sistema de identificação facial veio para agregar e está ajudando muito. Nesse mesmo dia, um homem foi identificado e preso em flagrante. No caso do cidadão abordado, ele foi convidado a ir conosco para a sala, depois foi pedido desculpa e ele foi liberado", explicou o assessor de comunicação da PM, tenente-coronel Jota Luiz.
A deputada estadual Linda Brasil (Psol) repudiou o ocorrido nas redes sociais e destacou a falha do sistema de reconhecimento facial. "Quem não lembra do caso de Thais Santos, mulher negra que denunciou ter sido levada em um camburão e chegou a se urinar, tudo pela "falha" do sistema de reconhecimento facial da SSP/SE, que aparentemente só criminaliza a população negra da periferia", apontou.
