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Projeto une ciência e cultura em escola estadual na BA

Projeto conta com a participação de universidade e comunidades indígenas e quilombolas | Foto: Ascom/SEC

No Colégio Estadual Carlos Souto (CECS), localizado em Rio de Contas, Bahia, as professoras de Biologia, Dilcinéia Anjos, e de Química, Naiara Ramos, lançaram em março um projeto pioneiro: a Litoteca Intercultural. A iniciativa visa estreitar a relação entre o conhecimento científico e a vivência ancestral dos povos tradicionais da região, inserindo-a na biblioteca da escola e exibindo materiais como amostras de solos, pedras, argilas e minerais.

A ponte entre os saberes geológicos e culturais da região é uma iniciativa inédita na rede estadual de ensino e tem parceria com o Instituto de Geologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ao apoio dos povos tradicionais, como lideranças quilombolas e indígenas do Território de Identidade da Chapada Diamantina.

A concepção da Litoteca Intercultural surgiu para expandir a abordagem sustentável adotada pela escola, na qual os 520 estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) estão engajados nos princípios da permacultura.

"O projeto fortalece o saber científico e promove o respeito pela diversidade cultural e a valorização dos saberes tradicionais dos povos indígenas e quilombolas, contribuindo também para uma educação mais inclusiva e contextualizada", explica a professora de Biologia, Dilcinéia Anjos.

Segundo ela, a Litoteca proporcionará uma experiência única de aprendizagem, permitindo aos alunos compreenderem a Geologia dentro de um contexto intercultural. "A colaboração de integrantes das comunidades indígenas e quilombolas será fundamental para aprimorar o entendimento do espaço e dos territórios em que vivemos", ressalta.

Para Stefany da Silva Santos e Andrea Luzia Ribeiro Nunes, alunas do terceiro ano, o projeto representa uma oportunidade de conhecer na prática o conteúdo aprendido em sala de aula e reconhecer a história da região por meio das amostras geológicas. "É uma forma de preservar e transmitir conhecimentos sobre a história dos povos tradicionais da região, que é importante tanto para a escola quanto para a cidade", esclarece Stefany.

"O projeto em si tem uma bagagem não só cultural e científica, como proporciona o contato com outros saberes, proporcionado pela Geologia", acrescenta Andrea.

Todo o material da Litoteca será coletado durante as aulas de campo, acompanhadas por estudantes do Instituto de Geologia da UFBA e representantes das comunidades tradicionais do território.

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