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BNDES criará fundo para preservação de corais

Projetos de conservação se estendem pela maior parte dos estados Nordestinos | Foto:

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, na quarta-feira (10), o lançamento de uma chamada permanente para projetos de preservação de corais, com um investimento mínimo de R$ 60 milhões. A iniciativa se estende pela Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Espírito Santo.

A chamada prevê a destinação de R$ 30 milhões para projetos de monitoramento, preservação e reparação de corais, e outros R$ 30 milhões para captação por meio de fundações vinculadas a empresas privadas, organizações internacionais e governos estaduais.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, enfatizou a relevância desse ecossistema para o meio ambiente e para a economia, especialmente no turismo. "Os corais são um condomínio da vida marinha muito decisivo. Precisamos reagir a isso".

Os corais são animais invertebrados marinhos capazes de se alimentar sozinhos. Mas grande parte de dieta é obtida por meio de simbiose - uma relação mutuamente benéfica - com algas. Agrupadas, as espécies de corais formam os recifes.

Segundo o estudo "Oceano sem Mistérios", ligado à Fundação Grupo Boticário, a preservação dos recifes de corais tem reflexos econômicos significativos. Para cada quilômetro quadrado de recife preservado, são economizados aproximadamente R$ 940 milhões em investimentos para proteção da costa, além de gerar cerca de R$ 62 milhões em receitas provenientes do turismo.

O avanço do branqueamento de corais no Nordeste brasileiro preocupa pesquisadores, sendo parcialmente atribuído à elevação da temperatura oceânica. Em Tamandaré (PE), no setor norte da APA Costa dos Corais, o monitoramento revela um extenso branqueamento dos corais-de-fogo, espécie particularmente sensível, segundo a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Beatrice Padovani.

A secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Ana Prates, ressaltou que o mundo está passando pelo quarto maior evento de branqueamento já registrado. "Isso nos confere uma responsabilidade muito grande de olhar para esses ambientes e cuidar deles", afirmou.

A chamada do BNDES estará aberta até 30 de junho, com foco em projetos que promovam a melhoria da qualidade da água, o combate à pesca predatória, o ordenamento do turismo comunitário e o combate a espécies que degradam os corais. Os projetos devem ser direcionados a extensão de 3 mil quilômetros onde se concentram a maioria dos corais.

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