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Cannabis medicinal cresce na saúde pública de Sergipe

A pequena Maria Francy está entre os pacientes que se beneficiam com o tratamento | Foto: Flávia Pacheco/Governo de Sergipe

O tratamento da epilepsia ganhou um novo horizonte em Sergipe com o uso medicinal da Cannabis. Desde a aprovação da lei que institui a Política Estadual de Cannabis, o estado tem promovido a exploração de novas abordagens terapêuticas. Com o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, celebrado nesta terça-feira (26), o uso da planta ganhou destaque como tratamento.

A epilepsia, uma condição neurológica caracterizada por crises convulsivas, impacta milhares de sergipanos. Em abril de 2023, o governador do estado, Fábio Mitidieri, sancionou a política para uso da planta em fins terapêuticos, medicinais, veterinários e científicos. A legislação assegura acesso universal e gratuito a tratamentos utilizando a planta, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde então, o uso do canabidiol tem se tornado uma alternativa promissora no tratamento. Para pacientes como Maria Francy, filha de Julie Vieira dos Santos, o uso da planta trouxe melhorias no desenvolvimento cognitivo e na qualidade de vida da criança.

"Muitas pessoas não entendem, mas o efeito do canabidiol é muito bom, principalmente em crianças que têm epilepsia. Eu acreditei no potencial do medicamento pelo seu efeito natural, que tem ajudado bastante a minha filha. É perceptível sua eficiência rápida no desenvolvimento cognitivo, percepção, comportamento e até mesmo na atenção de Maria Francy", relatou Julie.

Atendimentos

O Núcleo de Atendimento em Terapias Especializadas (Nate) é o responsável pelo atendimento dos pacientes. O espaço oferece um acompanhamento especializado para a administração terapêutica baseada na planta Cannabis Sativa, integrando-se à rede estadual de saúde.

De acordo com a pasta, o primeiro protocolo clínico implantado contempla pacientes com epilepsia refratária que sofrem de condições específicas, como a síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) e Complexo Esclerose Tuberosa (CET).

O neurocirurgião do Nate, Tiago Cavalcante, conta que aproximadamente 12 mil indivíduos lidam com essa síndrome no estado e o tratamento tem trazido melhoras para grande parte dos pacientes.

"Dentro dessa média, existe um grupo em que o canabidiol é praticamente um tratamento. O medicamento funciona como uma espécie de anti-inflamatório e permite que um paciente deixe de ter 30 crises convulsivas por dia, para ter uma crise ou duas por semana. É uma mudança de vida e um avanço para a saúde pública", reforça.

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