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Movimento potencializa favelas em Salvador

Movimento Boca de Brasa fortalece a identidade periférica em Salvador | Foto: Gabrielle Guido/Agência Mural

Em meio às festividades do 475º aniversário de Salvador, diversos aspectos têm se destacado como pilares da capital baiana. Entre esses elementos, o Movimento Boca de Brasa emerge como um catalisador das potencialidades das favelas urbanas. Integrante das celebrações da cidade, o evento não só homenageia a capital, mas também dá destaque às vozes e expressões culturais das comunidades periféricas baianas.

Realizado por iniciativas culturais e criativas presentes nas Escolas Criativas Boca de Brasa, espalhadas pelos Polos Cajazeiras, Centro, Cidade Baixa, Subúrbio e Valéria, o Movimento Boca de Brasa se destaca . Nesta sétima edição, o evento reúne manifestações artísticas, incluindo poesia, literatura e apresentações musicais.

Segundo Mila Paes, gestora do projeto, o projeto Boca de Brasa pretende ampliar o impacto nas periferias, abordando questões cruciais e promovendo debates construtivos.

"Mais do que um importante elemento de transformação social, a cultura é uma componente económica que contribui para geração de emprego e renda. Ao oferecer uma maior qualificação artística e técnica e acesso aos meios de produção, o Boca de Brasa promove oportunidades de inserção dos jovens no mercado cultural", explica a gestora.

Um dos pontos centrais do festival é a reflexão sobre as realidades das favelas brasileiras. De acordo com os dados do Data Favela 2023, se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro maior do Brasil em população. Segundo a pesquisa, o número de favelas dobrou na última década, totalizando 13.151 no país.

A renda movimentada pela população dessas comunidades também aumentou, chegando aos R$200 bilhões, R$12 bilhões a mais em relação ao último ano. Atualmente, são estimados 5,8 milhões de domicílios em favelas com 17,9 milhões de moradores.

O presidente da FGM, Fernando Guerreiro, destaca como os Espaços Culturais Boca de Brasa se tornaram epicentros das atividades culturais nas comunidades, promovendo o desenvolvimento artístico, humano e econômico das favelas. "Os espaços fortalecem as relações identitárias e têm contribuído significativamente para transformações positivas em seus entornos", afirma.

Desde sua criação em 1986, o Boca de Brasa evoluiu de uma iniciativa itinerante para espaços culturais permanentes, implantados em diferentes regiões da cidade e conta com apoio da prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda.

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