Por:

Pesquisa alerta para o branqueamento de corais

Monitoramento é feito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em Tamandaré | Foto: Thales Vidal/PeldTams

O branqueamento dos recifes de corais no Nordeste brasileiro está em progressão. De acordo com o monitoramento realizado na região de Tamandaré (PE), situada no setor norte da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, revela que os corais-de-fogo (Millepora sp.), espécies particularmente sensíveis, já exibem um branqueamento considerado "bastante extenso". Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), liderados pela doutora Beatrice Padovani, investigam o avanço.

"As espécies mais resistentes, observamos que estão começando a ficar pálidas, mas não estão totalmente branqueadas. Algumas poucas espécies ainda resistem", afirma Beatrice, que coordena o Programa Ecológico de Longa Duração Tamandaré Sustentável (Pels-Tams), responsável pelo monitoramento nesse trecho de litoral.

Os corais, animais invertebrados marinhos, desempenham um papel fundamental nos ecossistemas oceânicos. Grande parte de sua dieta é obtida por meio de uma relação simbiótica com as algas zooxantelas, que realizam a fotossíntese e fornecem nutrientes essenciais aos corais. Essas mesmas algas são responsáveis pela coloração dos corais.

"O branqueamento é um fenômeno natural que ocorre de várias maneiras, mas o branqueamento mais extenso geralmente se dá por uma anomalia térmica, quando a temperatura fica acima da média climatológica", explica a pesquisadora. "Monitoramos o evento e o percentual da população que está sendo atingido. Acima de 50%, por exemplo, já é considerado branqueamento em massa".

O alerta sobre o branqueamento em massa não se restringe a Tamandaré. Porto de Galinhas (PE) e a costa de Sergipe também foram afetados. "Os corais são importantes indicadores sobre as mudanças climáticas. Não vão ser só os recifes de coral que serão afetados. É um alerta para a humanidade", alerta a pesquisadora.

Em comunidado recente, a agência de meteorologia e oceanografia norte-americana (NOAA) apontou uma probabilidade de 90% de branqueamentos em várias partes do mundo, de março a julho deste ano.

O estudo ressalta a urgência de ações para conter o avanço do branqueamento e preservar a biodiversidade marinha, enfatizando a importância de reduzir o lançamento de esgoto no mar e controlar o uso de plásticos, que têm impacto direto nos oceanos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.