As operações de busca pelos dois detentos que escaparam da Penitenciária Federal em Mossoró (RN) atingiram o marco de 22 dias nesta quarta-feira (6). As autoridades responsáveis pela recaptura de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça afirmam que os fugitivos ainda estão na área adjacente à prisão, entre as cidades de Mossoró e Baraúna, distanciadas aproximadamente 35 quilômetros.
No domingo (3), os fugitivos invadiram uma propriedade rural em Baraúna, agredindo um agricultor que estava presente. Em seu depoimento, o homem agredido, cujo nome permaneceu oculto por questões de segurança, relatou que Nascimento e Mendonça procuravam por alimentos, telefones celulares e armas, levando consigo alguns suprimentos após o ocorrido.
A partir dessas informações, as autoridades policiais intensificaram as operações de busca na zona rural de Baraúna, preocupadas com a possibilidade de os fugitivos se esconderem nas vastas áreas de plantação de banana, melão e melancia da região e adentrar o Parque Nacional da Furna Feia.
Criado em 2012 e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o parque abriga mais de 207 cavernas em seus mais de 8,5 mil hectares, além de outras 44 distribuídas na chamada zona de amortecimento, ao redor da unidade.
As visitas ao parque foram suspensas por questões de segurança desde que a fuga da Penitenciária Federal em Mossoró foi divulgada publicamente. "Estamos mantendo as atividades de gestão da unidade, mas suspendemos as visitações devido ao grande número de policiais na região", afirmou o gestor do parque,Leonardo Brasil de Matos Nunes.
As operações de busca enfrentam desafios devido à densa vegetação da região. Cães farejadores e drones com sensores térmicos estão sendo utilizados pelas equipes de busca. Cerca de 600 agentes, incluindo Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional e Força Penal Nacional, participam das operações de recaptura.
A fuga de Mendonça e Nascimento é o primeiro incidente deste tipo no sistema penitenciário federal desde sua criação em 2006.
As investigações preliminares revelaram falhas nos equipamentos de segurança da unidade penitenciária. Um processo administrativo e um inquérito da Polícia Federal foram instaurados para investigar as circunstâncias da fuga.
