A Defensoria Pública do Ceará (DPCE) registrou um aumento nos casos de violência contra a mulher no estado em 2023. Os dados mostram 11.408 atuações, representando um aumento de 58% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 7.164 procedimentos.
Os dados englobam atividades dos núcleos especializados em Caucaia, Maracanaú e Crato, além das intervenções na Casa da Mulher Brasileira, em Fortaleza, e em unidades da Casa da Mulher em Juazeiro do Norte, Sobral, Quixadá e Ibiapina.
A supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem) da DPCE da Capital, a defensora Jeritza Braga atribui a progressão dos números ao conhecimento da população sobre a temática e o trabalho que a DPCE faz em educação de direitos contribuem para isso. "Hoje em dia, as mulheres estão tomando conhecimento de que, além da violência física, existem outras formas de violência", explicou.
A defensora destacou o papel do Nudem na assistência às mulheres vítimas de violência doméstica, incluindo a busca por medidas protetivas e a garantia de direitos decorrentes da relação com o agressor.
"A população como um todo acordou para essa chaga da violência. As pessoas não admitem mais, não toleram mais violência contra a mulher. Não só a violência doméstica, mas a violência de uma forma geral contra a mulher", pontua.
Por essa razão, Jeritza enfatiza a importância do Nudem na luta contra a violência dirigida às mulheres.
"A própria Lei Maria da Penha cita a Defensoria Pública em vários artigos, justamente porque sabe do papel da instituição como instrumento que visa atender às pessoas em situação de vulnerabilidade".
