O distrito de Inhumas, local de nascimento de Benigna Cardoso da Silva - a beata Menina Benigna - está passando por uma requalificação para receber as peregrinações e romarias em homenagem à mártir católica. A construção do complexo religioso está em estágio avançado, com mais de 90% concluído, e a montagem do monumento que representa a beata teve início no último dia 15.
Com cerca de 26 metros de altura, a estrutura do monumento foi esculpida ao longo dos últimos meses por uma equipe de artesãos sediada no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As peças foram transportadas para Santana do Cariri no final do ano passado, dando início ao processo de montagem.
Ao todo, são cerca de R$ 15 milhões investidos no equipamento que fica sob supervisão da Superintendência de Obras Públicas do Ceará (SOP). A entrega do equipamento está prevista para este semestre.
"O município de Santana do Cariri, que já é bastante visitado na parte histórica por conta do Museu de Paleontologia, agora ficará muito mais movimentado pelo grande número de romeiros, colocando o santuário da beata Menina Benigna no roteiro dos principais monumentos caririenses, como o Padre Cícero em Juazeiro do Norte, Nossa Senhora de Fátima no Crato e Santo Antônio em Barbalha", observa o gerente do 10º Distrito Operacional da SOP, José Muniz.
Além do monumento, faltam apenas alguns serviços de infraestrutura e paisagismo para a finalização da obra. O complexo incluirá uma capela, um memorial para a beata e outras estruturas, como um templo para missas campais e uma trilha pavimentada de cerca de 600 metros chamada de Caminhos do Martírio.
De menina a beata
A Menina Benigna é a primeira personagem histórica a ser consagrada como beata no Ceará. Nascida em 15 de outubro de 1928, em Inhumas, Santana do Cariri, a jovem santanense ganhou o título de "Heroína da Castidade".
Sua vida foi interrompida aos 13 anos, em 24 de outubro de 1941, quando foi vítima de um assassinato enquanto resistia a uma tentativa de violência por parte de Raul Alves. Sua resistência tornou-se um símbolo de fé e luta contra os abusos sofridos por mulheres, crianças e adolescentes.
Em outubro de 2022, com a presença de milhares de romeiros, ela foi beatificada.
