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Piauí cria projeto para comunidades tradicionais

Sempi e SSP-PI unem esforços para proteger mulheres em áreas tradicionais | Foto: Gustavo Tavares/Grupo de Jovens pela Liberdade e Direitos

Na última quinta-feira (15), a Secretaria das Mulheres (Sempi) realizou uma reunião sobre o Grupo de Trabalho (GT) encarregado do desenvolvimento do projeto "Esperanças e Zabelês". A iniciativa, direcionada para comunidades tradicionais e de terreiros do Piauí, contou com a colaboração de parceiros estratégicos, incluindo a Secretaria de Segurança Pública e o Instituto da Regularização Fundiária e do Patrimônio Imobiliário do Estado do Piauí (Interpi).

O encontro, o quarto realizado este ano, teve como objetivo finalizar a elaboração do projeto para posterior apresentação às secretarias envolvidas, com a execução prevista para iniciar em março, a partir da cidade de Piripiri.

A gerente do Centro de Referência Francisca Trindade, Joelfa Farias, explicou que a reunião se desdobrará em visitas às comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas, visando o desenvolvimento de políticas específicas para as mulheres desses espaços. Representando a Sempi, além de Joelfa, a coordenadora de Diversidade, Mariana Arouche, detalhou que já existe um plano e a equipe está finalizando um cronograma para o início da execução do projeto.

A diretora de Povos e Comunidades Tradicionais do Interpi, Rosymaura Duarte ressalta a opressão histórica que existe nessas comunidades, especialmente o machismo enraizado, reconhecendo a necessidade de intervenções específicas.

"Existe, inclusive, algumas comunidades que são tradicionalmente hierárquicas com o patriarcalismo, onde eles têm chefes que passam por gerações. Além disso, elas estão muito vulneráveis e o atendimento, na maioria dos municípios do Piauí, não chegam às comunidades", afirma.

A diretora de Defesa Social da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PI), Brenda Carvalho, explicou que a reunião teve como objetivo definir os detalhes de um projeto colaborativo entre diversas entidades, incluindo o Interpi, a Sempi e outras instituições estaduais.

O foco principal é direcionado às comunidades tradicionais, historicamente negligenciadas pelo estado, com especial atenção à segurança das mulheres dentro dessas comunidades.

"A nossa intenção é ir às comunidades, entender como elas lidam internamente com essas situações de violência e o que reconhecem como tal", informou a coordenadora de Proteção às Mulheres da SSP, Tatiane Seixas .

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