Entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990, um passarinho feito de nanquim em uma folha de papel habitou o imaginário das pessoas em Brasília.
Do alto de um ninho no alto do Congresso Nacional, Eixinho, o Monumental observava e fazia comentários bem humorados sobre o que acontecia. Foram quase três mil tiras criadas. A tirinha em quadrinhos tornou-se um sucesso. Chegou a ter admiradores renomados, como os cartunistas Ziraldo e Jaguar, que chegou a publicá-las nas páginas do jornal O Pasquim.
Mas o autor do Eixinho, o publicitário Humberto Junqueira, nasceu com uma condição genética, a retinose pigmentar, que o faz perder a visão. Sem condições de continuar desenhando, Humberto parou de fazer as tiras.
Até agora. Com o uso de novas tecnologias, Humberto vem desenvolvendo ferramentas que lhe permitiram, a partir dos antigos desenhos, criar novas histórias, que ele vem publicando em um perfil no Instagram (@eixinho_omonumental).
Ferramenta
"A ferramenta me permite pegar todas as expressões e movimentos do Eixinho. Ele alegre, ele triste, olhando para cima, para baixo. E elas podem ser podem ser usadas outra vez em novas histórias, em novo contexto", explica Humberto.
"Com isso, o Eixinho pode voltar a voar", comemora o publicitário.