Ibaneis não desistiu do Zona Verde

O projeto Zona Verde, que pretende transformar as vagas públicas de Brasília em pagas, voltou para a pauta de debate em Brasília. Nos últimos meses, o projeto foi ‘resgatado’ nas redes sociais e virou alvo de críticas. Na ocasião, o Correio da Manhã procurou a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) que confirmou, em outubro, que o projeto estava em andamento para ser licenciado. Mas esta semana mais uma polêmica se instalou sobre o caso.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou à imprensa, na segunda-feira (1º), que havia descartado a possibilidade de implementação do projeto. Na sequência, a vice-governadora, Celina Leão (Progressistas), também publicou um vídeo dizendo que o projeto era ‘fake news’ e oportunismo eleitoral. Na ocasião, a declaração causou controvérsia, uma vez que o projeto está disponibilizado no próprio site da Semob e do Tribunal de Contas do DF, com movimentação recente, contrariando o que Celina afirmou.

No futuro

Na última quarta-feira (3), o governador fez uma nova declaração durante coletiva e afirmou que não desistiu do Zona Verde, mas que entende que antes é preciso aperfeiçoar o sistema de transporte público antes, mas que no futuro será implementado, segundo ele, inclusive com apoio de quem está criticando. Na ocasião, Rocha também disse que a polêmica se trata de “burburinho criado por um momento eleitoral”.

Na última terça feira (2), a deputada distrital Paula Belmonte (PSDB), realizou audiência pública para tratar sobre a possibilidade de implementação do Zona Verde. Na ocasião, a deputada, que também pretende concorrer ao Governo do DF no ano que vem, lembrou que o governador anunciou que recuaria do debate e classificou o ato como uma falta de disposição para enfrentar o tema com seriedade. A parlamentar também informou que protocolou a convocação do secretário da Secretaria de Mobilidade (Semob) para prestar esclarecimentos sobre as controvérsias.

Após a fala do governador de quarta-feira, Belmonte rebateu, à reportagem, afirmando que o governador está tentando transformar um debate sério em ataque pessoal. “Mas o fato é que o recuo se deu na véspera da audiência pública e não foi apresentada nenhuma garantia real de que o Zona Verde não será retomado. A Lei Complementar continua permitindo que a cobrança de estacionamento seja implementada por decreto. Ou seja, o risco para a população segue exatamente o mesmo”, afirma.

Projeto

Segundo as minutas do projeto, o Zona Verde pretende abranger 115 mil vagas nas áreas comerciais da Asa Sul e Asa Norte; Sudoeste; Setor de Indústrias Gráficas; Setor de Indústria e Abastecimento; Setores Bancários, Comercial e de Autarquias (Sul e Norte); Esplanada; Eixo Monumental e Bolsões nas estações de metrô e BRT. O valor pretendido é de R$ 3 por hora. O investimento inicial da empresa privada é de R$ 70 milhões, com previsão de retorno de 20% mensal do lucro para o Governo do DF.

Um abaixo-assinado contra a proposta recolheu 17 mil assinaturas em um mês. O Correio da Manhã procurou a Semob, que não respondeu até o fechamento desta edição.