PCDF investiga "falsos protetores de animais"

Estelionatários estão aplicando golpes e enganando pessoas pelas redes sociais

Por Thamiris de Azevedo

Pessoas fingem preocupação com animais

O Correio da Manhã já noticiou sobre o golpe do falso advogado, da Receita Federal, da Defensoria pública, do Pix, entre outos. Agora, surge mais uma prática criminosa que preocupa as autoridades. Segundo o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais, Jônatas Silva, a Polícia Civil do DF tem identificado, nos últimos meses, um novo tipo de fraude classificado por ele como “cruel”: o golpe do falso protetor de animais.

“Os criminosos se infiltram em grupos de WhatsApp e redes sociais fingindo ser pessoas do bem, dispostas a acolher animais abandonados. Eles fazem discursos emocionantes e dizem que precisam de ajuda financeira para cuidar desses animais. Assim, conseguem enganar pessoas de bom coração que acreditam estar salvando vidas e acabam doando o dinheiro. Mas, na verdade, esses falsos protetores desaparecem com o dinheiro e, pior, ás vezes com os próprios animais. Muitos desses bichinhos acabam abandonados novamente, em situação de sofrimento e risco de morte”, explica.

O especialista orienta que a população redobre a atenção. “Antes de doar qualquer quantia ou entregar um animal a alguém, é preciso verificar quem está por trás do pedido. Confie apenas em protetores ou instituições conhecidas e devidamente identificadas. Denuncie maus-tratos e golpes envolvendo animais pelo 197, opção zero, ou pelo WhatsApp 61 98626-1197”, informa.

Crimes

O delegado explica que essas condutas configuram crime de estelionato, e também crime de maus-tratos a animais, previsto no artigo 32, parágrafo 1°-A, da Lei nº 9.605 de 1998, cuja pena é de dois a cinco anos de reclusão.

Segundo o delegado, até o momento, nenhuma pessoa foi presa pelo crime, mas a investigação para coibir as condutas estão em andamento.

Segundo relatório produzido pela Social Media Animal Cruelty Coalition, o problema de falsos protetores já se configura global. Em 2024, a associação identificou mais de 1.022 links de vídeos falsos de resgate animal em plataformas como Facebook, Instagram, YouTube, TikTok e Twitter/X. Segundo os dados, os vídeos foram assistidos mais de 572 milhões de vezes.