MT: mais de um quarto dos detentos trabalham
O Sistema Penitenciário de Mato Grosso registrou, entre janeiro e setembro deste ano, 26,8% dos presos do regime fechado em atividades internas e externas. O percentual supera a meta prevista para o próximo ano, conforme o Plano Estadual de Trabalho e Renda no Sistema Penal. No total, pouco mais de 4 mil reeducandos estão empregados dentro e fora das 41 unidades prisionais do estado, que abrigam 15,1 mil pessoas privadas de liberdade.
As frentes externas incluem serviços em empresas privadas e órgãos públicos. Nessas funções, 2,2 mil custodiados atuam em áreas como construção civil, limpeza urbana, montagem de componentes eletrônicos, fabricação de colchões e produção de artefatos de concreto.
Um exemplo ocorre em Barra do Garças, onde a nova unidade prisional é construída com a mão de obra de internos.
As peças pré-moldadas são feitas por 109 presos na Penitenciária Central e transportadas para montagem no município. Nas atividades internas, 1.862 pessoas trabalham em 36 tipos de oficinas mantidas pela Secretaria de Justiça (Sejus-MT). As ações envolvem marcenaria, serralheria, costura, produção de hortaliças, confecção de móveis, uniformes, fraldas e objetos decorativos, além de arte e alimentação.
Os que realizam manutenção e limpeza não recebem pagamento, mas têm a pena reduzida pelo trabalho.
De acordo com levantamento da Superintendência de Política Penitenciária, o número de internos empregados cresceu 36,5% nos últimos cinco anos. Em 2020, Mato Grosso tinha quase 11,2 mil presos, número que chegou a mais de 15 mil em 2025. Mesmo com o aumento da população carcerária, o total de trabalhadores acompanhou, superando metas de ocupação e ampliando o alcance das ações de reintegração social.