Lixeiras: problema de cidadania no Distrito Federal
SLU vai instalar cestos mais resistentes diante de prejuízo com furtos e vandalismo
Dados levantados com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) revelam que, das 26 mil lixeiras já instaladas pela cidade, pelo menos seis mil foram destruídas ou furtadas. Segundo a autarquia, os danos representam um prejuízo de aproximadamente R$ 600 mil aos cofres públicos do DF.
Em entrevista ao Correio da Manhã, o subdiretor de Limpeza Urbana, Everaldo Araújo, explica que os casos de vandalismo e furto acontecem principalmente durante a madrugada, quando há menor circulação nas ruas. Segundo ele, as Regiões Administrativas mais afetadas são o Plano Piloto, Planaltina e o Jardim Botânico.
Trata-se de um grave problema de cidadania, além do prejuízo econômico. Para tentar conter os danos, Everaldo afirma que o SLU tem atuado junto aos órgãos de segurança pública do DF e as administrações regionais para combater e identificar as ações de depredação.
“Nos casos em que é possível a identificação dos autores, as ocorrências são encaminhadas à polícia para investigação. Em alguns pontos críticos, as novas papeleiras estão sendo instaladas em locais mais visíveis e com iluminação pública reforçada, o que contribui para reduzir as ações de vandalismo. A população pode colaborar denunciando situações à Ouvidoria do GDF, pelo telefone 162 ou pelo site participa.df.gov.br”, esclarece.
Além disso, como alternativa, o SLU também tem investido em novos modelos de lixeiras mais resistentes, confeccionadas com materiais metálicos de maior durabilidade e com base própria, reduzindo a facilidade de retirada e o risco de destruição.
O subdiretor ressalta que o órgão também aposta em ações de educação ambiental e campanhas de conscientização. As iniciativas incluem apresentações teatrais em escolas, publicações nas redes sociais e atividades de mobilização comunitária.
“O objetivo é estimular o cuidado com o mobiliário urbano e reforçar a importância do descarte correto dos resíduos”, destaca.
Custo
Segundo o especialista, cada unidade de lixeira também chamadas de papeleira, custa, em média, R$ 183,48.
“Esse valor poderia ser destinado à expansão da rede de papeleiras e à manutenção de outros serviços essenciais de limpeza urbana. Esses atos têm impacto direto no orçamento público e na qualidade dos serviços prestados à população.”, explica Araújo.
Os casos de depredação de lixeira pública são considerados crime de dano ao patrimônio público, previstos no artigo 163 do Código Penal. A pena é de detenção de 1 a 6 meses ou multa. Tratando-se de bem público, incide a forma qualificada do mesmo artigo, ocasião em que a sanção sobe para detenção de 6 meses a 3 anos e multa.