Consumidores podem estar sendo enganados em postos

Inmetro investiga possibilidade de irregularidades em bombas de combustível

Por Thamiris de Azevedo

Inmetro fiscalizou os postos do DF

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) realizou, na última terça-feira (21), a Operação Abastecimento Seguro, em postos de combustíveis do Distrito Federal e de Goiás. A ação tem como objetivo combater fraudes em bombas medidoras, que, segundo o órgão, podem causar prejuízos de até 25% no volume de combustível entregue ao consumidor.

De acordo com o balanço parcial informado ao jornal, 15 postos foram vistoriados, e irregularidades foram constatadas em 14 deles. Entre os 50 bicos avaliados, 26 apresentaram problemas, principalmente vazamentos internos nas bombas e indícios de adulteração eletrônica.

As placas suspeitas foram recolhidas e encaminhadas para perícia no laboratório do Inmetro. Caso a fraude seja confirmada, será lavrado auto de infração e o posto deverá substituir o equipamento. O laudo pericial será enviado à Polícia Civil, que poderá instaurar inquérito para apurar eventuais crimes.

À reportagem, o presidente do Inmetro, Márcio Brito, explicou que a operação ocorre em todo o país e é resultado do aumento no número de denúncias.

“Essa operação passa por alguns desdobramentos, como os altos graus de denúncias. Fizemos o primeiro desdobramento no Maranhão, depois na Bahia e hoje estamos intensificando de forma transversal em Brasília e em Goiás”, afirmou.

Brito destacou que o foco é garantir que o consumidor receba exatamente o que paga e identificar possíveis fraudes eletrônicas.

“Caso a irregularidade seja confirmada em nossos laboratórios, aplicaremos as penalidades previstas em lei, como auto de infração e multa que pode chegar a R$ 1,5 milhão”, informou.

Orientação

O presidente do Inmetro também orientou o público a ficar atento a sinais de irregularidade.

“Se o consumidor abastecer e perceber que o ponteiro do combustível não chegou à posição de costume, isso é um indício forte de que ele pode estar pagando por uma quantidade menor de combustível”, alertou.

Nessas situações, Brito recomenda solicitar aferição imediata.

“Todo posto possui um aferidor calibrado pelo Inmetro. Basta verificar se o volume chega à posição zero. Se houver divergência, o consumidor deve denunciar imediatamente ao Inmetro e aos órgãos de defesa do consumidor.”