Julgamento do ‘assassino de gatos’ sem data
Justiça avalia sanidade mental de suspeito de matar os animais
O Correio da Manhã noticiou o assassinato em série de gatos no Distrito Federal, em que Pablo Stuart é investigado por matar dezenas de animais com pelagem tigrada. Preso desde março deste ano, ele foi detido após o Tribunal de Justiça do DF acolher denúncias da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais e do Ministério Público local. Na última quarta-feira (14), a Justiça negou o pedido de liberdade do acusado. A reportagem apurou que o julgamento deve ocorrer somente após 17 de novembro, quando será realizada uma perícia psiquiátrica para avaliar a suspeita de insanidade mental levantada pela defesa.
Segundo informações do Tribunal, foi realizada uma Audiência de Instrução e Julgamento no dia 18 de setembro. Na ocasião, houve a oitiva de testemunhas, mas, devido ao grande número de pessoas arroladas, foi necessária a realização de uma segunda sessão, que ocorreu em 9 de outubro. Ainda assim, o caso não foi concluído. Questionado sobre a previsão para a sentença, o Tribunal informou que ainda não há uma data definida.
“A sentença na vara criminal ocorre após a fase de instrução e julgamento, quando o juiz, após a apresentação das alegações finais pelas partes e profere sua decisão. O juiz tem um prazo legal de 10 dias para proferir a sentença após as alegações finais. No entanto, o prazo real pode ser maior e depende da complexidade do caso, podendo levar anos, especialmente em processos mais complexos. Na Vara Criminal, não tem uma data marcada para a decisão, como ocorre no Tribunal do Júri, que o julgamento é marcado”, informa nota do órgão.
Denúncias
O Correio apurou que a investigação, não oficial, teve início quando protetoras de gatos que promovem adoções passaram a desconfiar das frequentes entregas em massa feitas para Stuart. Juliana Fernandes, a primeira a registrar denúncia junto à Polícia Civil, contou à reportagem que Pablo adotou uma gata com ela em setembro de 2024 e, desde então, eles continuaram mantendo contato.
“Eu até confiava nele, mas fiquei sabendo que ele tinha adotado outra gata e disse que ela havia fugido e omitido para mim. Em um primeiro momento até acreditei, mas começaram a surgir outros relatos. Eu criei um grupo de whatsapp com alguns protetores e fomos literalmente desvendando o caso. Foi quando orientamos a denunciar os casos e a Polícia Civil começou a investigar”, relata.
Fernandes afirma que foram 20 gatos mortos e apenas um resgatado com vida, o Joey. O animal passou por duas cirurgias e está se recuperando.