Torcida Jovem do Flamengo proibida de acessar estádios do DF
Após assassinato de torcedor do Vasco, suspensão vale por dois anos
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP) confirmou ao Correio da Manhã que seguirá a recomendação do Ministério Público do DF (MPDFT) e proibirá, por dois anos, o acesso dos integrantes da Torcida Jovem do Flamengo aos estádios e arenas da capital. A decisão foi motivada pelo ataque ocorrido em 21 de setembro, quando um torcedor do Vasco, de 34 anos, foi brutalmente agredido e esfaqueado por um grupo de flamenguistas dentro de um ônibus na região administrativa de Samambaia, logo após o empate entre as equipes.
A secretaria também informa que adotará medidas complementares, incluindo fiscalização rigorosa no entorno dos estádios e no transporte coletivo, além de comunicação oficial à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aos clubes envolvidos e à própria torcida organizada, a fim de garantir que todos tenham ciência da decisão para que a medida seja cumprida integralmente.
A SSP ressalta que todas as informações sobre o caso foram encaminhadas à Polícia Civil, que continua as investigações com o apoio conjunto das forças de segurança, visando identificar e responsabilizar todos os envolvidos no crime. De acordo com dados da Polícia Civil e da PMDF, este é o único homicídio registrado em 2025 envolvendo violência entre torcidas no DF, até o momento. A maioria das ocorrências envolvendo torcedores está relacionada a brigas, lesões corporais e danos ao patrimônio.
Protocolo
Como parte da estratégia de prevenção à violência nos estádios, segundo o governo do DF, adota uma série de protocolos que envolvem operações integradas antes, durante e após os jogos. As medidas incluem escolta de ônibus, separação de torcidas e reuniões preparatórias com dirigentes de clubes e representantes das organizadas. As torcidas devem estar previamente cadastradas para utilizar ter acesso aos jogos e seguir as regras de conduta e segurança. O descumprimento dessas normas pode resultar em responsabilização coletiva, conforme previsto na Lei Geral do Esporte.
À reportagem, o Ministério Público informou que também atua no planejamento de cada partida, analisando os riscos de acordo com o perfil das torcidas e dos times envolvidos. Segundo o órgão, as situações mais críticas geralmente ocorrem fora dos estádios, e não dentro deles.
“O maior desafio está no entorno dos jogos, sobretudo em relação às torcidas organizadas e a pessoas infiltradas nesses grupos. Para isso, o Ministério mantém uma rede de monitoramento constante e atua junto aos demais órgãos de segurança. Já existem protocolos consolidados, como a separação das torcidas, a reserva de espaços específicos e a definição de horários de chegada e saída, sempre com o objetivo de garantir a segurança, evitar confrontos e respeitar a presença das diferentes torcidas”, afirma.
