Aluno condenado por expor professor é expulso da UnB

Wilker Leão está impedido de se matricular por 5 anos; Cabe recuso

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Por Thamiris de Azevedo

O Correio da Manhã acompanhou o processo administrativo e judicial movido contra o ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB) e youtuber Wilker Leão, acusado de injúria e difamação após gravar e divulgar, sem autorização, aulas ministradas pelo professor de História da África, Estevam Thompson. As gravações, acompanhadas de comentários em tom de "deboche", foram publicadas em suas redes sociais, gerando ampla repercussão, onde Wilker tem mais de 940 mil seguidores.

Na ocasião, os vídeos de Leão ficaram conhecido pelas provocações políticas e críticas à suposta "doutrinação nas universidades". Ele foi suspenso três vezes da UnB pelos atos. Leão também foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF, em agosto deste ano, a dois anos e três meses de detenção por injúria e difamação.A pena foi convertida ao pagamento de 30 salários-mínimos, sendo metade destinada pelo professor e a outra à uma entidade social, que será escolhida pelo juízo das Execuções de Penas e Medidas Alternativas.

Em vídeo postado em seu canal com trecho de uma audiência sobre seu processo disciplinar, Wilker Leão escreveu, na descrição da postagem, que estava cursando História "justamente por ser um dos cursos que a esquerda mais dominou com suas narrativas ideológicas e doutrinárias". "Combater isso é o meu principal objetivo dentro da universidade federal", ele disse.

O que diz a UnB

Procurada pela reportagem, a UnB informa que após o despacho decisório no âmbito do processo disciplinar discente, o estudante Wilker Leão foi excluído da instituição e está impedido de realizar novos registros de matrícula. A universidade esclareceu que ainda cabe recurso à decisão administrativa.

Segundo a instituição, conforme a Resolução, a exclusão disciplinar implica no impedimento de nova matrícula pelo prazo mínimo de cinco anos. Ainda, nos casos em que houver condenação penal superior a 5 (cinco) anos por atos que violem os direitos humanos e direitos fundamentais, na forma da legislação em vigor, ou atos de discriminação ou assédio, este será o prazo de impedimento de matrícula", informa.

A reportagem tentou contato com Wilker Leão, que não respondeu até o fechamento desta edição.