O Festival Viramundo está chegando na Torre de TV, no centro de Brasília, reunindo coletivos, grupos e instituições da Rede de Saúde Mental do DF em dois dias de atividades abertas ao público. Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e da Secretaria de Saúde do DF, o encontro une cultura popular, música e teatro de rua a práticas de cuidado e atenção em saúde mental, em uma programação que acontece nos dias 4 e 5 de outubro, das 13h às 19h.
À reportagem, o idealizador e coordenador geral do projeto, Leonardo Leal, explica que o festival é uma extensão de uma prática que já acontecia na cidade.
“Trabalhamos com diversas linguagens artísticas a partir da premissa de que as artes em geral são ferramentas muito potentes de cuidado na saúde mental. Resolvemos reunir diferentes trabalhos já realizados, de diversos coletivos e instituições distintas, que se destacam nesse tipo de abordagem aqui no DF. Pretendemos dar luz a esse trabalho, também levando para lugares mais populares com diversidade de pessoas”, diz.
Resistência
A produtora artística, Márcia Henning, revela que, além do diálogo com a saúde mental, o festival tem como propósito representar um grito de resistência na luta antimanicomial.
“Também usamos a arte enquanto resistência na nossa luta. Aqui no DF a gente se vê em um grande retrocesso, as comunidades terapêuticas estão crescendo absurdamente e os cuidados com a saúde mental em liberdade diminuindo”, destaca.
Ela afirma que a linguagem artística exerce um papel essencial na saúde mental, ao possibilitar formas de expressão quando a fala direta não dá conta. A especialista acrescenta que é preciso enxergar o indivíduo para além de uma condição de adoecimento.
“Essa é, talvez, a maior importância da arte: permitir a transposição de lugares”, avalia.