O Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), da última terça-feira (16), publicou portaria criando um grupo de trabalho destinado à elaboração de um projeto piloto para elaborar um plano de ação detalhado que execute a aplicação da ferramenta denominada Calculadora Verde.
Em entrevista ao Correio da Manhã, o Diretor de Estudos e políticas Ambientais e Territoriais do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), Werner Vieira, explica que a Calculadora Verde surgiu como resposta às metas climáticas do Governo do DF. Após os planos climáticos de 2021 e o Plano Carbono Neutro de 2022, que prevê a redução de 37,4% das emissões até 2030, o IPEDF, com apoio da Secretaria de Economia, desenvolveu a ferramenta para medir as emissões de Gases de Efeito Estufa. Conforme Werner, a ferramenta foi lançada oficialmente em setembro de 2024, e agora a calculadora entra em uma fase piloto com prazo de 90 dias para o grupo propor um projeto que mostre a sua potencialidade.
“Com essa ferramenta, o DF avança em relação a outras capitais brasileiras no monitoramento de suas emissões e no cumprimento das metas do Acordo de Paris, já que será possível priorizar ações governamentais a receberem investimentos públicos, bem como incluir novas intervenções e ações capazes de neutralizar emissões, em consonância com a Visão do Planejamento Estratégico do Distrito Federal entre 2019 e 2060, o qual é ‘Ser a Cidade síntese do futuro’, tornando o DF mais inclusivo, resiliente e sustentável para cumprir com a Agenda 2030 e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, ele avalia.
Créditos de carbono
O especialista destaca a potencialidade do dispositivo para calcular créditos dentro do mercado de carbono.
“O grupo de trabalho fará um levantamento dos principais projetos e ações dentro dos setores alcançados pela calculadora para testar sua potencialidade e também mostrar o quanto estas ações e projetos emitiram ou deixaram de emitir Gases de Efeito Estufa. É um projeto piloto que também mostrará o quanto de créditos de carbono estas ações e projetos poderiam render, vislumbrando um futuro próximo para colocar o Distrito Federal na busca por receitas oriundas do mercado de carbono. O grupo de trabalho também contará com equipe técnica especializada na manutenção, modernização e ampliação dos setores alcançados pela calculadora, além de capacitar servidores do DF para a uso dela”, explica.
Vieira alerta sobre os riscos climáticos no DF. Segundo ele, em 2022, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa elencou o DF na 27ª posição no ranking de emissões por estados no Brasil, quando a capital emitiu cerca de 7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.