Por: Thamiris de Azevedo

Julgamento do 'assassino de gatos' é amanhã

O gato Joey foi o único encontrado com vida. Atualmente, o animal passa por fisioterapia | Foto: Anna Beatriz Fragoso

O julgamento de Pablo Stuart, psicólogo de 30 anos acusado de maus-tratos e desaparecimento de dezenas de gatos com a pelagem tigrada no Distrito Federal, está marcado para esta quinta-feira (18). O crime, que também ficou conhecido como “caso dos gatos malhados”, gerou ampla repercussão nacional pela crueldade e peculiaridade no modo de agir do acusado.

De acordo com as investigações, Stuart adotou diversos gatos com características parecidas em um intervalo de seis meses, sendo que a maioria deles desapareceram sem justificativa. Apenas um animal foi localizado em estado de sofrimento e com fratura em uma das patas.

Stuart foi preso preventivamente em 25 de março deste ano, após o Tribunal de Justiça do DF acolher as denúncias da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais e do Ministério Público do DF. O Correio da Manhã apurou e confirmou com o Tribunal que o acusado continua preso preventivamente.

A autoridade policial recebeu a denúncia de um vizinho que relatou que ouvia sons de gatos chorando, xingamentos, arremessos contra a parede, som de gatos sendo espancados com uma vassoura e afogados. Parte desses incidentes foram registrados pela testemunha em áudio. Segundo a investigação, o vizinho ainda disse que passou a sentir fortes odores de urina, fezes, carniça e podridão vindos do apartamento de Stuart.

A reportagem conversou com duas protetoras que realizaram a adoção para Pablo. Valkiria Ferreira afirma que o acusado pegou dois gatos tigrados com ela, o Rafa e a Lara. Para ela, uma pessoa que maltrata animais é capaz de crueldade com os mais vulneráveis, como por exemplo, crianças e idosos. “No caso do Pablo, ele é uma pessoa bem-informada, bem articulada, manipuladora e mentirosa”, avalia Valkiria.

Já Juliana Fernandes diz que Stuart pegou um gato sob sua tutela, e ela foi a primeira a denunciá-lo na polícia. A protetora conta que ficou desconfiada quando outra protetora relatou que ele havia pegado um gato dizendo que o outro “tigrado” adotado havia fugido, ocasião em que ela criou um grupo e, segundo ela, foram desvendando o crime. “O número exato de vítimas são 21 gatos. Sendo que 20 sumiram e um eu resgatei. Ele já foi adotado, passou por duas cirurgias e continua em fisioterapia”, informou Juliana para a reportagem.

Defesa

Consta no processo, ao qual o Correio teve acesso, que a defesa impetrou com pedido de habeas corpus que foi negado. A defesa alega que a decisão estava sem elementos probatórios suficientes e, ainda, que o réu apresenta quadro desacentuado de vulnerabilidade psíquica com indicativos claros de ideação suicida.

Em nota à reportagem, o advogado Diego Marques afirma que acredita firmemente na inocência do seu cliente e irá demonstrá-lo em juízo.