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Saúde aponta piora na qualidade do ar no DF

O Distrito Federal enfrenta agravamento da poluição atmosférica durante o período de seca, que já ultrapassa cem dias sem chuva e registra temperaturas acima de 35 °C. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 24 e 30 de agosto, a concentração de partículas no ar superou por mais de dois dias consecutivos os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Monitoramento da Secretaria de Saúde (SES-DF) em maio e junho já havia indicado índices elevados de material particulado em pontos como Fercal Oeste, Fercal Boa Vista e Jardim Zoológico.

Em alguns locais, como Fercal Boa Vista, os registros ultrapassaram 100 µg/m³, número muito acima do recomendado por organismos internacionais.

O material particulado fino, conhecido como PM2,5, é considerado o poluente mais nocivo por penetrar profundamente nos pulmões e alcançar a circulação sanguínea, aumentando os riscos de doenças respiratórias, complicações cardiovasculares e mortes precoces.

Já as partículas maiores, chamadas de MP10, também contribuem para agravar quadros de saúde, embora tenham menor alcance no organismo.

O PM2,5 resulta da queima de combustíveis fósseis, da fuligem emitida por veículos, de cinzas de incêndios, de processos industriais e da presença de metais pesados. Trata-se de um conjunto de partículas invisíveis, cerca de trinta vezes mais finas que um fio de cabelo, que se espalham com facilidade. Durante a seca, a ausência de chuvas, as altas temperaturas e os incêndios favorecem a concentração desses poluentes.

A Secretaria de Saúde do DF observa que, durante a estiagem, cresce a quantidade de internações hospitalares.

Entre pessoas com mais de 60 anos, há aumento nos casos de problemas cardíacos.