Por: Thamiris de Azevedo

UnB inaugura laboratório de IA

Márcio Muniz destaca tecnologia e inovação para pesquisas com IA | Foto: Beto Monteiro/UnB

A Universidade de Brasília (UnB) está inaugurando nesta segunda-feira (15) o primeiro Laboratório Multiusuário Institucional de Inteligência Artificial e Supercomputação (LmiSUP) da instituição. Em nota, a UnB afirma que o objetivo é ampliar o acesso à infraestrutura de ponta e impulsionar a produção científica e tecnológica no Brasil.

Em entrevista à reportagem o vice-reitor, Márcio Muniz, ressalta que a IA não é uma novidade, mas que está se desenvolvendo muito no decorrer dos anos.

“Principalmente nos anos 90 já se fazia o largo uso de inteligência artificial, que era chamada de redes neurais. Depois parou, mas em mais ou menos 2010 a 2015, começaram a surgir os chamados IA generativa, que é essa que permite não apenas fazer previsão de tempo, por exemplo, mas gerar coisas como filme, fotografias, arte, entre outros mecanismos. Isso deu novo salto na inteligência artificial para praticamente todas as áreas de conhecimento”, declara.

Muniz afirma que um dos principais objetivos do laboratório é ofertar tecnologia de ponta para todos os cursos da UnB, e por isso o nome “multiusuário institucional” no nome.

“Há diversos laboratórios dentro das 26 faculdades, que chamamos de departamento na Universidade. Então surgiu 30 laboratórios de IA aplicado a tudo, e resolvemos unificar todos em uma única estrutura. É um laboratório institucional e não um laboratório de um grupo de pesquisa ou departamento específico”, explica.

Supercomputadores

Ele destaca que a principal inovação é a nova geração de computadores, e principalmente de processadores.

“Os processadores são as unidades que fazem os cálculos, basicamente. E elas vêm evoluindo muito. Nos computadores normais, a gente tem o que se chama de CPU central. Estes aqui são os chamados TPU, que trabalha não com número especificamente, mas com matrizes. São usados, por exemplo, em aplicações gráficas e produções de filmes. Isso é fundamental para acelerar o processo de cálculo, principalmente em tarefas que exijam poder computacional grande como a inteligência artificial. Estes computadores com novo tipo de placa são os nossos supercomputadores”, revela.

“A gente está iniciando com quatro computadores de alto desempenho. Cada um destes equipamento tem várias unidades de processamento, na ordem de 250. Se você tem quatro vezes 250 seria 1.000, o que equivale a 20 salas com computadores. E esses processadores trabalham todos em paralelo, se comunicando entre si. São um trilhão de operações por segundo”, conclui.