Por: Thamiris de Azevedo

Oficina de escrita na Penitenciária Feminina do DF

Produções irão se tornar páginas em livro | Foto: Divulgação MPDFT

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), por meio do Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) e o Centro Educacional (CED) 1, lançou o projeto “(Re)Escrevendo Vidas: Vozes Femininas no Cárcere”, que oferece oficinas de escrita na Penitenciária Feminina do Distrito Federal. As produções serão lançadas em uma coletânea de textos, em formato digital e impresso.

Segundo informações disponibilizadas por Diogo Abe Ribeiro, analista do MPDFT e coordenador do projeto, e Camila Oliveira, analista do Ministério Público, a importância do projeto está em ressocializar as mulheres em cumprimento de pena.

“Porque permite que as mulheres desenvolvam a leitura de trechos das obras selecionadas e a escrita de suas próprias narrativas, com apoio de professoras e pequenas aulas de português para aprimorar a produção textual. Além disso, são incentivadas a expor ideias e interagir com o grupo, trabalhando a comunicação interpessoal, o senso de pertencimento, a autoestima e a responsabilidade social. O projeto também contribui para a prevenção da reincidência e para a inclusão social, oferecendo ferramentas de reflexão, protagonismo e reintegração, e a participação nas atividades ainda conta para fins de remissão da pena, reforçando seu caráter ressocializador”, afirmam.

Foram selecionadas 20 internas, com perfis variados e heterogêneos, abrangendo fatores como raça, tipo de condenação, nível de escolaridade, perfil familiar e experiências de vida.

Diego Ribeiro e Camila Oliveira ainda afirmaram que o objetivo do projeto “é formar um grupo diversificado que represente diferentes categorias e trajetórias dentro da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, garantindo a participação de mulheres de diversos contextos e experiências nas oficinas”.

Transformação

Eles contam que a expectativa é que projeto sirva como uma experiência transformadora para cada participante.

“Esperemos que elas reconheçam a própria força e importância de suas histórias, reflitam sobre suas trajetórias e se encontrem, utilizando a escrita como um espaço de autodescoberta. Também acreditamos que a iniciativa vai humanizar a percepção social sobre o cárcere feminino, contribuindo para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e mostrando à sociedade a riqueza e o valor das trajetórias dessas mulheres. A longo prazo, esperamos que o projeto sirva de referência nacional para ações semelhantes em outros presídios, mostrando como iniciativas de escuta, memória e escrita podem impactar positivamente a vida das mulheres privadas de liberdade”, avaliam os analistas do MPDFT.