Por: Thamiris de Azevedo

Homem condenado por atentado em aeroporto do DF é preso

George Washington estava foragido e foi encontrado no Guará | Foto: Divulgação CLDF

Condenado por tentar explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília em dezembro de 2022, George Washington, foi preso pela Polícia Federal nesta semana no Distrito Federal. Ele estava foragido desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mandou reverter o regime semiaberto ao qual ele cumpria pena. Washington foi encontrado na Região Administrativa do Guará.

TJDFT

Informações do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), afirmam que George transportou, em um automóvel e de sua cidade natal no Pará até Brasília, diversas armas de fogo, acessórios e munições com o propósito de distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los na manifestação contra a posse do presidente Lula (PT). Em frente ao Quartel General, onde diversos bolsonaristas se reuniram no mês anterior a posse, eles elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos com intuito de causar caos social.

George montou e entregou o artefato explosivo para um condenado, que, por sua vez, repassou-o para um terceiro para finalizar a explosão. O artefato foi colocado no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado aguardando o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido.

O caminhão estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros. Antes que a bomba pudesse explodir o motorista percebeu a presença do artefato explosivo, retirou-o de perto do veículo e acionou a polícia.

George foi condenado pelo TJDFT, em 2023, a nove anos e quatro meses de prisão. Depois, progrediu para o regime semiaberto, em fevereiro desde ano.

STF

Durante o cumprimento de pena no regime semiaberto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu revertê-lo, em junho, e mandou prender Washigton, correlacionado a tentativa de explosão no aeroporto com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Enquanto no TJDFT ele foi condenado por expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outro, mediante colocação de dinamite ou de substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível, bem como causar incêndio em combustível ou inflamável e portar ilegalmente arma de fogo e artefato explosivo ou incendiário; Moraes elencou os atos como associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança de transporte aéreo.

“Os meios elegidos foram suficientes para caracterizar grave ameaça, por anunciar catástrofe coletiva com recado persuasivo. Firmada essas premissas, há necessidade de acautelar a ordem pública”, decidiu o ministro.

O episódio foi citado por Moraes no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo crime de tentativa de golpe de Estado em voto proferido na última terça-feira (9). O ministro mencionou o ataque para exemplificar atitudes extremistas de apoiadores do ex-presidente.