Por: Thamiris de Azevedo

Donizet entra com mais um atestado na CLDF

Defesa diz que medida visa tratar saúde mental do distrital | Foto: Divulgação/Daniel Donizet

O deputado distrital Daniel Donizet (MDB) protocolou, na última sexta-feira (5), um novo pedido de licença por mais 60 dias na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A solicitação foi apresentada no mesmo dia em que a Corregedoria da Casa, responsável por analisar o pedido de suspensão do parlamentar, recebeu o ofício relativo ao processo administrativo. Após o parecer do corregedor, deputado Joaquim Roriz (PL), o distrital acusado terá um prazo de dez dias para apresentar sua defesa.

O primeiro atestado, com duração de 30 dias, venceu no dia 28 de agosto. O parlamentar havia apresentado o documento após mais uma polêmica, ocorrida em junho, quando foi flagrado dirigindo embriagado e tentou dar uma “carteirada” nos policiais.

Em nota enviada à reportagem, Daniel Donizet afirma que está dando continuidade a um tratamento de saúde mental. Segundo o parlamentar, a decisão da Mesa Diretora da Câmara Legislativa tem caráter político. Ele reforça que não é réu por nenhum dos motivos mencionados e que não há qualquer ação judicial em seu nome relacionada às alegações.

“Reafirmo que cuidar da saúde é uma questão de responsabilidade, especialmente diante da pressão emocional e da clara tentativa de grupos rivais de desgastar sua imagem e paralisar seu mandato. Não serão narrativas políticas ou campanhas de difamação que vão afastá-lo de seu compromisso com a população do DF e com a causa animal”, diz a nota.

De acordo com a CLDF, o pedido original solicitava uma suspensão de 90 dias, mas a Casa reduziu o prazo para 30 dias para cumprir o regimento interno.

Acusações

O episódio de embriaguez ao volante não foi a primeira polêmica envolvendo o deputado. Em março deste ano, a influenciadora Andressa Urach usou as redes sociais para divulgar um vídeo no qual denunciava Donizet por importunação durante uma festa em Porto Alegre (RS). Segundo Urach, o parlamentar tentou usar o cargo para acessar o camarote e, ao ser impedido, passou a chamá-la insistentemente.

Em abril de 2025, o distrital foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por acusações relacionadas à dignidade sexual, em outros casos supostamente cometidos por ele, que tramitam sob sigilo. O Correio tentou apurar se o Tribunal de Justiça aceitou a denúncia, mas o MP disse que não irá se pronunciar pois o caso corre em sigilo.

Consta no pedido de suspensão protocolado pela Procuradoria da Mulher da CLDF, ao qual a reportagem teve acesso, que há denúncias de omissão por parte do parlamentar diante de um caso de estupro envolvendo um assessor de gabinete da Casa.

Efeitos

O Correio da Manhã apurou que o deputado recebe, atualmente, R$?34.774,64. Segundo a Câmara Legislativa, no caso de suspensão, o deputado não receberá o subsídio durante o período afastado.