Por: Thamiris de Azevedo

Ibaneis solicita reajuste para policiais

Categoria pretende reabrir mesa de negociação com o Governo Federal | Foto: Agência Brasília

Desde o início deste ano, a reportagem vem acompanhando o andamento da proposta de reajuste salarial para os agentes de segurança do Distrito Federal. A principal reivindicação da categoria é a equiparação salarial com os servidores da Polícia Federal (PF). O Governo do Distrito Federal manifestou apoio à demanda e, em fevereiro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) encaminhou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando o envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional. Isso porque os salários das forças de segurança do DF são pagos com recursos do Fundo Constitucional do DF, de responsabilidade da União. Nesta terça-feira (3), o governador reforçou o pedido com o envio de um novo ofício ao presidente da República.

“Desta forma, com o objetivo de dar andamento a questão, promovendo a justa e necessária recomposição salarial das forças de segurança pública da capital federal, reitero a Vossa Excelência o pedido para que seja encaminhado ao Congresso Nacional proposta legislativa nos prazos e percentuais originalmente solicitados pelo Governo do Distrito Federal”, consta no documento acessado pela reportagem.

A ação ocorreu depois que o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) enviou uma “carta aberta” para Rocha pedindo apoio.

“Policiais Civis clamam por apoio político para garantir isonomia salarial, a qual expressa a posição da categoria sobre a urgente necessidade de valorização e equiparação salarial da Polícia Civil do Distrito Federal com as demais forças policiais da União”, diz a íntegra.

Proposta

Em 22 de agosto, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ofereceu uma proposta de reajuste salarial de 18%, ocasião em que a classe policial se manifestou contra, ao Correio, no mesmo dia.

Em assembleia realizada ontem (3) pelo Sinpol, a categoria decidiu, por unanimidade, recusar a proposta apresentada e rejeitar seus termos. Na ocasião, os representantes confirmaram que solicitarão a reabertura da mesa de negociação para revisão do conteúdo proposto.

O presidente do Sinpol, Enoque Venancio, reforça que a ação do MGI foi um avanço, mas não faz justiça a um pleito que é histórico.

“Reajuste não se rejeita, mas não vamos abrir mão da justiça salarial. Confiamos que o presidente Lula terá a sensibilidade de corrigir uma distorção que já dura quase uma década e devolverá a nossa paridade com a Polícia Federal, que é um pleito histórico”, ele afirma.

Paridade

Venancio afirma que a categoria tenta a paridade de salário em comparação com a PF desde 2016. Na época, tal paridade existia, e depois foi abandonada.

“A diferença salarial entre as duas corporações chegou a 37%. Com o recente reajuste da PF, essa discrepância voltou a aumentar, tornando a iniciativa do governador de encaminhar a proposta de simetria salarial um passo fundamental e histórico para a valorização da PCDF”, explica.

A equiparação salarial entre a PCDF e a PF não é um privilégio, mas um direito baseado na Constituição, na história e na importância estratégica da instituição”, ele continua.