Inaugurado laboratório de IA no serviço público
Modelo do DF busca se consolidar como referência nacional para outros estados
O Distrito Federal inaugurou o Laboratório Multiusuário de Inteligência Artificial (LIA), do Centro Integrado de Inteligência Artificial (CIIA) que fica no Parque Tecnológico de Brasília, (Biotic). O novo espaço foi criado para promover soluções tecnológicas voltadas aos desafios de áreas estratégicas do governo.
O laboratório é o primeiro do CIIA, projeto do Governo do Distrito Federal inaugurado em maio, com um investimento de R$ 5 milhões. Desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e executado pelo Instituto Hardware BR, o projeto conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e da Universidade do Distrito Federal.
Em entrevista ao Correio da Manhã, o coordenador do projeto, Ricardo Sampaio, explica que o modelo de multiusuário compartilhado utiliza de uma infraestrutura de IA de alto desempenho no DF, que possibilita o acesso simultâneo entre o governo, a academia, startups e cidadãos. “Possibilita ambientes customizados para saúde, educação, segurança e justiça”, afirma.
Ele esclarece que o CIIA funciona como o “cérebro”, ou seja, um centro estratégico para a coordenação e visão geral da inteligência artificial no GDF. Com a nova infraestrutura, o LIA representa a parte material, com computadores, unidades de processamento gráfico e ambiente técnico, onde efetivamente se desenvolve os programas.
Metas
Segundo Sampaio, o desenvolvimento dos projetos tem como objetivo posicionar o Distrito Federal como referência nacional em GovTech e IA aplicada ao setor público. A meta é consolidar um ecossistema inovador e sustentável, integrando por diversos atores capazes de gerar impacto social por meio de soluções concretas.
Até 2026, a previsão é lançar mais dez iniciativas-piloto, contratar 300 profissionais especializados e estabelecer aproximadamente 15 parcerias estratégicas. No período entre 24 e 36 meses de operação, estima-se um investimento de R$ 15 milhões para impulsionar cerca de 20 startups emergentes e colocar em prática 30 tecnologias desenvolvidas. Em uma perspectiva de longo prazo, a intenção é consolidar uma estrutura autossustentável, apta a ser replicada em outras unidades da federação, com a formação de 500 especialistas na área.
O coordenador ressalta como a IA pode ser aplicada como um instrumento inovador.
“Eu vejo a IA como um instrumento transformador para o governo. Deve ser implementado com responsabilidade e visão estratégia. É uma oportunidade ímpar para modernizar a administração pública, que é normalmente caótica. Destaco a eficiência operacional derivada da automatização”, afirma.