Perigosa travessia do Eixão em debate
Audiência pública determinou reunião com órgãos responsáveis em 30 dias
Quem vive em Brasília conhece bem os desafios urbanísticos relacionados à segurança e à acessibilidade das vias conhecidas como “Eixão” e “Eixinho”, localizadas na região central da cidade. Por isso, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ingressou, em março do ano passado, com uma Ação Civil Pública para garantir mobilidade, segurança e acessibilidade a pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência que transitam na área.
Na última segunda-feira (28), foi realizada a segunda audiência para discutir o tema. Durante o encontro, ficou definido que, no prazo de 30 dias, será marcada uma reunião reservada com os órgãos públicos responsáveis para tratar das providências cabíveis.
Segundo o MP, essas vias são protagonistas de diversos acidentes, inclusive fatais. Para o órgão, a velocidade permitida nelas (80km/h no Eixão e 60km/h nos Eixinhos) não possibilita aos passageiros atravessar com a segurança necessária. Ainda, o Ministério Público aponta que as passagens subterrâneas são precárias e inadequadas.
Durante a audiência, o representante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Edvã Sousa, defendeu uma nova abordagem voltada para o reforço da segurança nas passagens subterrâneas, com o objetivo de desencorajar a travessia de pedestres pelas vias de alta velocidade. Segundo o coronel, dados indicam que 64% das pessoas não se sentem seguras ao utilizar as passagens subterrâneas.
Velocidade
Para o coronel, o problema principal não está na velocidade das vias, e sim na inacessibilidade para o pedestre cruzar um caminho alternativo. Ele defende a acoplagem da tecnologia, segurança e paisagismo para diminuir a violência ocorrida no local.
“A Polícia Militar é do posicionamento que o quesito não está na velocidade (das vias), mas sim na facilidade que nós temos que dar para o pedestre fazer essa travessia. O quesito não está na redução (da velocidade), mas sim na educação da população de fazer essa travessia. Ainda, fazemos a mea culpa sobre a questão da segurança. O receio no caso da diminuição dessa velocidade se dá pelo incentivo das pessoas de atravessarem (as ruas) com carros a 60 km/h”, disse.
O policial também criticou a estrutura da passarela “em L” que, de acordo com ele, impede que o pedestre enxergue “tocaias” e, assim, seja violentado.
Na última terça-feira (29) a CEB Iluminação Pública e Serviço (Ceb Ipes) anunciou que foi finalizado o mutirão de manutenção realizado nas passagens subterrâneas do Eixo Rodoviário, que conectam o Eixo W ao Eixo L. Segundo a Companhia, foram substituídas 230 lâmpadas e reparados mais de 200 metros de cabos elétricos furtados nos locais.