Parada LGBT+ reuniu milhares de pessoas
Pela primeira vez, trio elétrico de indígenas fez parte da manifestação política
No último domingo (6), a Esplanada dos Ministérios, no centro de Brasília, foi ocupada por milhares de pessoas LGBTQIAPN+. A 26ª edição da “Festa da Diversidade” teve como tema “Jovem, LGBT, Periferia, Orgulho”, ressaltando a importância de ampliar direitos e reconhecer a diversidade das identidades que compõem a comunidade.
Foram oito trios elétricos com apresentações de artistas como Mc Carol, Mc Naninha, Edson Cordeiro e outros. Também marcou presença o ator Silveiro Pereira, que estava na cidade no dia do ato.
Políticos
Durante o evento, representantes políticos pertencentes à comunidade realizaram discursos. Ao Correio da Manhã, a deputada federal Erika Hilton (Psol), mulher trans, destaca que a Parada é uma ferramenta fundamental na luta por direitos ainda negados à população.
“A Parada LGBTQIA+ de Brasília tomou a Esplanada dos Ministérios para defender e cobrar o Congresso Nacional brasileiro pela efetivação dos nossos direitos, ainda tão boicotados e atacados, em especial nessa conjuntura onde nossas existências estão sob ataque a nível internacional. Mas, desta vez, também mostramos que estamos protagonizando os grandes debates da sociedade, como a defesa da democracia, dos serviços públicos universais e das jornadas de trabalho. A grandiosidade da parada em Brasília demonstra o avanço da nossa comunidade, nos últimos anos, ocupando cada vez mais espaços na academia, na cultura, na política, um processo irreversível e que ainda vai provocar diversas mudanças na sociedade”, afirma.
O deputado distrital Fábio Félix (Psol-DF), homem cisgênero gay, ressalta à reportagem que o ato de Brasília já se consolidou como um dos maiores do país.
“E esse movimento tem uma importância significativa porque acontece no centro do poder político do Brasil. O Congresso Nacional precisa escutar a nossa voz e parar de pautar projetos antidiscriminatórios que atacam a nossa existência. O movimento de Paradas LGBTQIA+ não pode ser menosprezado. Foi através das reivindicações presentes nas Paradas que nós conquistamos o casamento igualitário, a criminalização da homotransfobia através do STF e o respeito à identidade de gênero nos âmbitos institucionais. A nossa luta é legítima. E ela precisa ser respeitada.”, declara
Indígenas
Pela primeira vez, um trio elétrico foi conduzido por indígenas LGBTQIA+, do coletivo Tybyra. Segundo a entidade, os 40 participantes não carregaram somente seu brilho e beleza, mas também enfatizaram séculos de resistência, memória e ancestralidade.